O idoso e a assistência familiar: uma abordagem da família cuidadora


Os idosos, no Brasil representavam em 2003 cerca de 10% da população geral, sendo em sua maioria, mulheres, viúvas, de baixa escolaridade e renda e necessitam urgentemente de políticas reacionais para lidar com as consequências, sociais, econômicas e de saúde do envelhecimento populacional (GARRIDO e MENEZES, 2002). 

Com base no Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741, de 1 de outubro de 2003), “idoso” é um indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos, sendo que o mesmo goza de todos os direitos inerentes à pessoa humana, devendo ter proteção integral, a fim de preservar sua integridade física e mental, aperfeiçoamento moral, espiritual, intelectual e social (RAMAYANA, 2004

Neste contexto, Mendes (2007) declara que o indivíduo idoso perde a posição de comando e decisão que estava acostumado a exercer e as relações entre pais e filhos modificam-se no momento em que decidem ou são obrigados a morar com familiares. Consequentemente as pessoas idosas tornam-se cada vez mais dependentes e uma reversão de papéis estabelece-se. Os filhos geralmente passam a ter responsabilidade pelos pais, mas muitas vezes esquece-se de uma das mais importantes necessidades: a de serem ouvidos

O envelhecimento pode variar de um indivíduo para outro, pois fatores como estilo de vida, doenças crônicas, questões sócio-econômicas, culturais estão diretamente interligados à forma de envelhecimento. Algumas pessoas consideram o envelhecimento como a diminuição das capacidades, de forma geral, outros, considera como período de maior dependência dos familiares, enquanto outros apontam a velhice como período de maior sabedoria e bom senso (FECHINE et al,2012).

Quando os idosos precisam de ajuda, os filhos adultos costumam assumir um papel de cuidadores, por terem vínculos afetivos e uma responsabilidade culturalmente definida, conhecida como suas “obrigações filial” (DEBERT,1999).

Para se dispor ao trabalho de cuidador de pessoas idosas ou de pessoas com alguma limitação física ou mental, é necessário que esta pessoa demonstre algumas qualidades especiais. Demonstrar muito amor à humanidade, solidariedade e generosidade expressando um forte traço de doação. É uma tarefa nobre, porém complexa, pois o ser humano é um complexo em sua maneira de viver e fazer suas escolhas ao longo da vida. Assim nos diz o livro Cuidar Melhor e Evitar a Violência - Manual do Cuidador da Pessoa Idosa (RAVAGNI 2008),

Segundo Pelzer e Fernandes (1997) dizem que estes cuidadores informais sobrevivem ao lado de seus entes queridos, cuidando durante o dia e a noite de seus sofrimentos, exercendo diferentes papéis de profissionais da saúde. “Se não olharmos para estes personagens de uma maneira adequada, brevemente poderemos estar com a demanda insuportável para o Sistema de Saúde e para o sistema de Assistência Social” (PELZER E FERNANDES,1997, p. 11)

A família precisa ser o sustentáculo básico da produção da vida, considerando como uma espécie de “porto seguro”. Quando a família vive uma situação com um idoso que tem limitações é frequente sintomas de dor, disfagia, náuseas, demência, inapetência pode ocorrer incertezas, negligência, inseguranças ou estimulo á dependência do idoso e comportamentos controlados por parte do cuidador, chegando a estremecer a estrutura familiar e o bem- estar do idoso. Para evitar tal situação é preciso que a família venha se preparada para lidar com estas circunstâncias. (Dias, 2015).

 


Tamires Maria Comino é graduada em Psicologia pela FADAP, Tupã \SP. Especialista em Psicopedagogia Clínica Institucional pela Faculdade IEDA, Assis/SP e Especialista em Desenvolvimento e Orientação da Família pela Faculdade Teológica Sul Americana, Londrina /PR. Aluna especial do mestrado em: Modos de produção dos dispositivos institucionais na saúde mental coletiva pela UNESP - campus de Assis (2014). Email: [email protected]



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