Cresce o número de apreensões de grandes quantidades de entorpecentes no Centro-Oeste Paulista


Segunda maior do estado neste ano foi na região de Assis, SP.
 

Cresceu o número de apreensões de grandes quantidades de entorpecentes no Centro-Oeste Paulista, principalmente em caminhões. Tijolos de drogas escondidos em tanques de combustíveis, fundos falsos ou até em pneus. Os traficantes fazem de tudo para tentar driblar a fiscalização da polícia nas rodovias e, mesmo assim, a droga nem sempre consegue chegar ao seu destino.

No interior de São Paulo a polícia tem se especializado no combate ao tráfico de drogas. Nos últimos anos identificou e apreendeu centenas de veículos preparados para o transporte de entorpecentes. De 2010 até neste ano a Polícia Rodoviária Federal apreendeu quase sete toneladas de drogas que eram transportadas pela Rodovia BR-153, na região de Ourinhos. As constantes apreensões realizadas na chamada "rota caipira do tráfico" acabaram provocando uma mudança na estratégia dos traficantes que precisam passar pelas rodovias paulistas. Eles têm utilizado novas formas e rotas para o transporte de entorpecentes.

“As grandes quadrilhas de narcotraficantes também têm sua logística. Quando elas percebem que uma rota que está sendo utilizada, a fiscalização está muito intensa e que eles estão perdendo, eles tentam migrar para outras rotas”, André Lúcio de Castro, da Polícia Rodoviária Federal.

As Rodovias Marechal Rondon, Comandante João Ribeiro de Barros e Washington Luís passaram a ser alvo dos traficantes. A droga que entra pela fronteira com o Paraguai, segue pelo Mato Grosso do Sul e Paraná, até entrar em São Paulo. Depois se espalha pelo interior do estado até chegar aos destinos, normalmente grandes centros, como Campinas, Rio de Janeiro e a capital paulista. “Nós fazemos a fiscalização de trânsito e durante a conversa com os motoristas é detectado algo de suspeito. Daí fazemos uma fiscalização mais minuciosa e acaba chegando nesse tipo de transporte ilícito”, disse o tenente da Polícia Militar, Gilberto Antonio de Oliveira.

Outra mudança no perfil do tráfico está na forma de transporte. Carros preparados para carregar drogas em menor quantidade têm dado espaço para caminhões, que conseguem transportar toneladas de entorpecentes. Foi em meio ao carregamento de madeira deste caminhão que policiais rodoviários fizeram a maior apreensão de drogas já registrada na região de Assis. Foram localizadas no veículo quase 6,5 toneladas de maconha. A segunda maior apreensão da droga neste ano no estado de São Paulo.

No início de julho, na Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, em Bocaina, omotoristade uma carreta foi preso transportando caixas de som recheadas de entorpecentes. Mais de oito toneladas de drogas foram localizadas pela polícia em Botucatu. Outro caso foi de um caminhão que deveria transportar bois, mas estava vazio. Mas em um fundo falso da carroceria escondia uma tonelada de maconha. 

Na BR-153 em Ourinhos, a polícia apreendeu um caminhão baú que transportava móveis. Mais de meia tonelada de maconha estava entre os produtos. Já debaixo da carga de soja de outro caminhão, mais 800 quilos da droga. Para dificultar ainda mais a fiscalização, normalmente as notas fiscais das mercadorias transportadas e usadas para esconder a droga estão em dia com as Receitas Federal e Estadual.

As fiscalizações nas estradas acabam sendo complementadas pelo serviço de inteligência da Polícia Civil, que após as apreensões inicia o trabalho de investigação na tentativa de chegar aos chefes das quadrilhas. “Essas pessoas tentam passar por essas rodovias de grande fluxo e acham que não vão ser fiscalizados. Mas ultimamente a polícia vem fiscalizando o trabalho e está acontecendo um número maior de apreensões”, alertou o delegado, Marcelo de Assis Aliceda.

 


Volume de droga é um dos maiores apreendidos no ano no estado 

 

 

G1



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