Após mais de três anos de luta, dois paraguaçuenses conquistam o cargo de Juiz de Direito


Após mais de três anos de intensos estudos e de se privarem quase que totalmente da vida social, dois paraguaçuenses conseguiram passar no concurso que tanto almejavam, de magistratura do Estado de São Paulo. Em poucos dias, Marcel Pangoni Guerra e Victor Garms Gonçalves, ambos de 28 anos, serão os mais novos Juízes do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 

Marcel é filho de Claudinei Luiz Guerra (Guerrinha) e Clemira Pangoni Guerra (Lila). Ele concluiu o curso de direito pela FAI - Faculdades Adamantinenses Integradas, mas antes passou pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e UNIVEM – Centro Universitário Eurípides de Marília.

“Sempre fui muito estudioso, desde a pré-escola. Sempre estudei bastante. Na faculdade também me dediquei bastante. O meu estudo sempre foi programado para este destino. Eu sempre quis a magistratura, que é a carreira que eu mais me identifiquei”, comentou Marcel.

Antes de se dedicar totalmente aos estudos, Marcel trabalhou como oficial de promotoria por cinco anos, em Lucélia, e advogou por dois anos.

Sobre o percurso que o levou a conquistar o cargo de Juiz de Direito, o paraguaçuense disse: “Foi bem difícil. A gente acaba abdicando de muita coisa na vida. Acho que essa conquista a gente mede mais pelas coisas que deixou de fazer do que pelas que fez. Tive um ritmo de estudo muito grande, muito intenso. Estudava cerca de dez horas por dia, durante três anos. Muitas vezes não tinha fim de semana. Noventa por cento do tempo me dedicava aos estudos. Às vezes, eu prestava um concurso e ficava por uma questão, aí eu me desanimava um pouco, mas a gente tem que pensar que não para aí. Para quem tem um objetivo e é obstinado a alcançá-lo, não existe nada que é impossível. Todo resto vira supérfluo. Todo o resto ficava em segundo plano e eu colocava a minha carreira em primeiro lugar”.

A primeira prova para o concurso que levou a vitória para os paraguaçuenses aconteceu no dia 1º de setembro de 2013. A partir daí, eles precisaram passar por outras fases. “Na primeira fase foi prova objetiva, com cerca de 18 mil candidatos e desses 670 foram para a segunda fase. Nessa segunda fase foi uma prova discursiva, onde foram aprovados 187. Já a terceira fase foi a fase de sentença, onde tivemos que fazer uma sentença civil e uma criminal, são dois casos práticos, desses 150 passaram. Aí teve a fase definitiva, onde você tem que juntar os documentos para ver se está apto para ir para a prova oral, onde chegaram 130 pessoas. Desses foram aprovados 108 novos magistrados”, explicou Marcel.

Em poucos dias, o futuro Juiz tomará posse. “A data provável para a escolha das comarcas será dia 29, em São Paulo. Eu pretendo escolher a região daqui do interior. Gostaria de ficar em Prudente, onde estou morando atualmente”, completou o paraguaçuense.

Para concluir a entrevista, Marcel relatou que os seus pais e os seus irmãos foram o seu alicerce e o seu apoio durante esta batalha. “Meus pais foram a peça chave para que eu pudesse alcançar isso. Eles sempre estiveram ao meu lado, sempre me apoiaram em todos os momentos em que eu precisei. Eles foram o meu apoio emocional, afetivo e material. E os meus irmãos, que eu precisei me ausentar, pois eu queria ser mais participativo na vida deles, mas infelizmente eu precisei me afastar por um tempo, mas sei que eles entenderam.”

Já o outro paraguaçuense, Victor Garms, que também conquistou uma vaga neste concorrido concurso é filho de Solange Garms Gonçalves e Vanderley Gonçalves. Ele concluiu o curso de direito na PUC – Pontifíca Universidade Católica de São Paulo.

Segundo Victor, ele descobriu que queria ser Juiz de Direito após atuar como assistente de promotoria do Ministério Público do Estado de São Paulo.

O paraguaçuense contou como foi a sua luta para poder ser um dos 108 novos magistrados do nosso estado. “Não foi fácil. Eu achei que seria mais fácil, mas quando parei de trabalhar só para estudar, aí comecei a ver que era muita matéria. Eu estudava em média de oito horas por dia. Foram três anos e meio focados nisso”.

Victor Garms também já trabalhou em um escritório de advocacia em São Paulo. “Fiz estágio em um escritório em São Paulo, que ganhou recentemente como o melhor escritório de advocacia do Brasil. Fiquei quatro meses, aí eu vi que eu não queria advogar e sim prestar concursos”, explicou.

Alguma cidade próxima a São Paulo, como Sorocaba ou Itú, é o objetivo de Victor se fixar. “Se eu tiver a oportunidade quero escolher uma cidade mais perto de São Paulo, pois minha namorada e meus irmãos moram lá, e até se eu quiser fazer um mestrado fica mais fácil estar morando lá”, disse.

O próximo sonho de Victor é fazer um mestrado nos Estados Unidos.

O futuro Juiz aproveita a oportunidade para agradecer a todos aqueles que tiveram ao seu lado durante esses últimos anos. “Tenho que agradecer aos meus pais, que me apoiaram e me bancaram durante todos este tempo. Agradeço a minha namorada e também aos meus irmãos, pois eles moraram comigo e souberam entender toda a questão de horários”, concluiu.



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