Em protesto por mais verbas, Santa Casa de Paraguaçu 'veste preto' nesta quinta-feira


A Santa Casa de Misericórida de Paraguaçu Paulista aderiu ao “Dia Nacional de Luto pela Crise das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos”, movimento que denuncia o financiamento insuficiente da saúde na esfera federal. Durante toda esta quinta-feira, dia 25, os funcionários usarão uma camiseta preta em sinal de protesto, representando o luto pelo setor, que atualmente amarga uma dívida de mais de R$ 15 bilhões.

Segundo o provedor da Santa Casa, Godofredo Ribeiro de Freitas, o setor sofre há muitos anos com a defasagem na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).

As Santas Casas, hospitais e entidades beneficentes farão em todo o país um novo protesto nesta quinta-feira (25) para alertar a sociedade sobre o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde, com ênfase na realidade da crise vivenciada há anos pelas instituições filantrópicas. O objetivo é conscientizar a todos sobre o insuficiente recurso de custeio alocado e o crescente endividamento das instituições, já que o subfinanciamento e o brutal déficit dele decorrente não têm perspectiva de solução próxima.

Esta ação é parte de uma mobilização nacional que conta com a participação das mais de 2.100 instituições do país e adesão de todos os estados. Dos mais de 400 hospitais e entidades filantrópicas de São Paulo, por exemplo, os 310 associados da Fehosp são solidários à paralisação.


Resultado negativo

O movimento surgiu após a reunião de representantes do setor no último congresso da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), promovido em Brasília no mês de agosto.

Com base nas análises de centros de custos de três grandes Santas Casas – Maceió (AL), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS) –, referências de gestão, volume assistencial e qualidade no atendimento, a CMB expõe a dimensão do déficit do setor, que chega a 232% nos resultados econômicos de internação da média complexidade (SIH-SUS). A alta complexidade, que sempre apresentou um financiamento compatível, já acumula, no entanto, um resultado negativo mensal de 39%, e os custos ambulatoriais com déficit de 110%.

Para chegar a esses resultados, os hospitais reuniram os chamados subgrupos de alta e média complexidade e o atendimento ambulatorial de um mês, apontando os custos e as receitas provenientes do contrato com o SUS. Mesmo lançando os incentivos federais e estaduais, resultados de políticas de governo, e que são feitos apenas para uma pequena parcela de hospitais contratualizados, o déficit atinge 41% na média complexidade, mais de 42% no ambulatorial e mais de 10% na alta complexidade.

Outro dado alarmante é o déficit nas diárias de UTI. A Santa Casa de Belo Horizonte, por exemplo, apurou mais de 297% de defasagem.

O montante total de R$ 15 bilhões em dívidas, dos quais 44% com o sistema financeiro, 26% com tributos federais, 24% com fornecedores e 6% com passivos trabalhistas e outras, não terá resolução apenas com o Prosus, até então restrito às dívidas com tributos federais, remanescendo a preocupação com a amplitude e total incapacidade de enfrentamento das demais dívidas.



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