Padre vítima de racismo assume nova paróquia


Wilson Ramos ficará à frente da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Dracena

 


Padre tem 50 anos e diz que nunca imaginou presenciar atitude racista por parte dos fiéis
(Foto: cartasprofeticas.org)

O padre Wilson Luís Ramos deve assumir o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Dracena, neste domingo (28). A celebração de posse, conforme o sacerdote, será às 8h. Sua transferência foi assinada pelo bispo Luiz Antônio Cipolini, da Diocese de Marília, e foi anunciada no último dia 5 de dezembro. A igreja fica localizada na Rua Antônio Rodrigues de Barros, 224.

O padre afirmou o G1 que nesta nova jornada espera construir uma grande amizade com os fiéis dracenenses. "Que possamos propagar o evangelho como o Papa Francisco propõe. Dando oportunidades a todos os povos, seja eles pobres, idosos, jovens ou crianças", disse.

Padre Wilson estava a aproximadamente dois anos à frente da Paróquia Santo Antônio, em Adamantina. No entanto, após ser vítima de racismo, o sacerdote foi transferido para Dracena mesmo após alguns fiéis se mobilizarem para sua permanência.

Os apoiadores do padre se reuniam diariamente em frente a algumas lojas do comércio de Adamantina para compor um abaixo-assinado que reuniu aproximadamente 8 mil assinaturas. Além disso, o movimento “Fica, Padre Wilson” também foi organizado por meio das redes sociais. Só em uma das páginas de apoio ao pároco, existem quase 2 mil participantes.

Cerca de 2 mil pessoas realizaram um ato a favor do padre durante uma missa no dia 7 de dezembro. Ao som de gritos de “Fica, Padre Wilson”, os fiéis pediram a permanência do pároco até por volta da meia-noite e cerca de 500 deles cercaram o local, onde também estava o bispo Luiz Antônio Cipolini, que determinou a mudança.

Wilson Luís Ramos nasceu na capital paulista, mas morou desde criança em Tupã (SP), no interior do Estado. Nesta última cidade se tornou padre e celebrou missas em diversas igrejas.Nesta última cidade se tornou padre e celebrou missas em diversas igrejas. “A religião esteve presente na minha vida desde pequeno. Desde jovem, já tinha em mente a decisão de ser padre”, conta.

Filho de um pedreiro e de uma empregada doméstica, o sacerdote afirma que já tinha sofrido ofensas quando pequeno, porém não esperava esse comportamento por parte dos fiéis. “Minha família me passou valores que eu levo para a minha vida toda, além de ter me iniciado na igreja. Mesmo quando pequeno, não me abalei com a situação. Mas sei que existem aqueles que não aceitam pessoas negras”.

 

 

Do G1 Presidente Prudente



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