A dengue avança e as ações de bloqueio, iniciadas no final do ano passado, serão intensificadas, mas a população precisa agir e eliminar os criadouros de seus quintais
O município de Paraguaçu Paulista, a exemplo do que acontece em várias cidades da região, segue contabilizando e acompanhando os casos e os prejuízos causados pela alta infestação de mosquito e a grande transmissão de dengue que assola a cidade desde o final do ano passado.
Segundo o Departamento de Saúde, todos os casos suspeitos já estão sendo tratados diretamente como possíveis contaminados, o que faz subir para mais de 530 notificações e quase 120 casos confirmados só neste mês de janeiro de 2015.
Segundo o Instituto Adolfo Lutz, que realiza os exames de confirmação dos casos de dengue, quando uma cidade ultrapassa o número de 300 notificações já não necessidade e nem autoriza mais a realização dos citados exames, orientando que os municípios tratem todos os casos notificados e suspeitos como confirmados e merecedores, não de exame, mas de acompanhamento pelos serviços de saúde.
A busca ativa por criadouros nas casas e a posterior nebulização dos locais onde são confirmados casos da doença representam ações constantes e ininterruptas por parte da Prefeitura Municipal, especialmente intensificadas durante o último quadrimestre do ano passado, em vista de crescente e atípico aumento da população do mosquito da dengue, não obstante as condições climáticas adversas para a proliferação do inseto. Há que se considerar a contribuição da população muito aquém do desejável, poderosa arma que não utilizada a contento, resultou em aumento do número de casos a patamares preocupantes.
A utilização indiscriminada dos veículos de nebulização pelas ruas da cidade é vista com reservas pela Sucen, que não a recomenda por entender que em Paraguaçu existe uma ação efetiva em andamento e que a eficiência do trabalho aqui desenvolvido é maior do que a aplicação do inseticida por grandes nebulizadores, que tem baixa eficiência para controle do mosquito e representa séria agressão ao meio ambiente.
Até o momento a Prefeitura já vistoriou e efetuou a busca e eliminação de criadouros em 1.528 imóveis e promoveu a nebulização em 1.072 imóveis onde foram encontrados focos. Como existem cerca de 14 mil imóveis na zona urbana e distritos, visando aceleração do trabalho de nebulização casa a casa, em caráter de emergência, a prefeitura decretou estado de emergência e está efetuando a contratação de pessoal em número suficiente para a realização da busca e eliminação dos criadouros, além de aumentar de quatro para dez o número de máquinas nebulizadoras, que já começam atuar nesta próxima semana, depois de rápido e intenso treinamento, pulverizando o veneno diretamente nos imóveis onde os focos são encontrados.
Com as medidas a Prefeitura Municipal inicia nessa semana um mutirão de busca ativa e eliminação dos criadouros, convocando a comunidade a participar e receber os agentes nas casas para que haja a eliminação de tudo o que possa representar um futuro criadouro. Após a busca, feita com o reforço das equipes na rua, haverá a eliminação desses criadouros com a coleta dos materiais inservíveis por uma equipe com máquinas e caminhões. Onde for encontrado foco haverá a nebulização.
A Prefeitura Municipal de Paraguaçu Paulista também iniciou um mutirão de limpeza de terrenos baldios espalhados pela cidade e está empenhando todas as máquinas e servidores disponíveis na efetiva limpeza dos locais onde não há moradores. Até o momento o Departamento de Saúde recebeu a denúncia de 44 locais que necessitavam de limpeza e foi promovida, mas infelizmente 5 destes locais denunciados eram “trotes” e a equipe não encontrou terreno sujo no endereço denunciado. Todos esses objetivos visam diminuir a infestação do mosquito transmissor, com vistas ao bloqueio da transmissão.
Por outro lado todas as unidades de saúde estarão atuando dentro de um protocolo de recepção, acolhimento e acompanhamento dos suspeitos e confirmados para casos de dengue, evitando o agravamento do quadro e a diminuição do tempo no qual a pessoa permanece doente com os efeitos da contaminação.
Além disso, está sendo feita uma grande campanha de informação da população que precisa saber que o exame que detecta e confirma a doença só pode ser feito com confiabilidade depois de sete dias do aparecimento dos sintomas e isso é oferecido gratuitamente na rede municipal. Portanto, permanece válida a orientação de que em caso de ocorrência dos sintomas há necessidade de se procurar uma unidade de saúde para o protocolo de tratamento dos males ocasionados pela doença e se manter contato com a unidade para que o exame confirme ou não o caso de dengue, de forma a permitir que a equipe da unidade faça todo o acompanhamento do paciente.
Em todas as unidades de saúde que atendem nos dias de semana, tal como o Pronto Atendimento da Vila Gammon que atende até às 21h, as pessoas encontram equipes de médicos, enfermeiros e atendentes que podem promover o acompanhamento dos pacientes e fornecer não só os exames complementares, orientações e assistência, mas também distribuir isotônicos e receitas para analgésicos, gratuitamente.
Ao todo já foram realizadas 533 notificações e os casos confirmados já ultrapassaram 110 só nesse mês de janeiro, mas é preciso deixar claro que o atual surto de dengue não representa um fato isolado de Paraguaçu. A explosão dos índices da doença tem caráter regional e há casos muito mais graves entre os municípios do oeste paulista.
Ao longo dos tempos Paraguaçu apresenta na última década um histórico de dengue preocupante, sendo que em 2003 foram mais de mil casos, em 2007 cerca de 900 pessoas contraíram a doença e, mais recentemente, em 2012 para 2013, cerca de 1.400 pacientes foram acometidos da doença. As ações em 2015 convergem para minimizar e frear esta epidemia.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal
