Tempo em que entravamos de bicão nos casamentos dos ricos



Enfim chega sábado!  Dia em que eu e meu amigo João Moya (in memorian), mais ou menos lá pelas 14h em diante cada um ia pra sua casa tomar banho. Depois do banho, eu ficava todo trocadinho, roupinha limpa, pegava qualquer perfume que encontrava na penteadeira, me lembro que tinha um frasco verde que se chamava Leite de Colônia e passava aquilo, hoje sei que é para limpar a pele do rosto,  eu passava aquilo quando não encontrava nenhum Avon. Depois pegava pó de arroz da “Cashmire Bouquet” para ficar com a pele cheirosa e íamos para a igreja.

Quando chegávamos a um casamento, se fosse de pobre, não entrávamos, esperávamos até o melhor casamento do dia. Quando víamos que era casamento de rico, lá íamos nós, muitas vezes íamos até no carro dos parentes dos noivos e eles nem nos conheciam. Cumprimentávamos os noivos, padrinhos, convidados – todos desconhecidos. O que importava era à hora da festa, a nossa preferência era quando tinha no salão de festa do Paraguaçu Tênis Clube, pois sabíamos que a festa era das boas, afinal, era um dos lugares mais chiques.

Lembro-me de um casamento que ficou e ficará para sempre na minha memória, que até cigarros serviam na bandeja para os convidados.  Aqueles doces que nunca se tinha visto, hoje a gente fala trufas,  na época não sei do nome que era colocado, mas que eram deliciosos, quando mordia saia um caldinho de dentro, se desse ainda levava no bolso vários. E assim íamos embora na maior conversa gostosa e aguardando para o próximo sábado para a escolha do melhor casamento.



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