Gasto extra com dengue é de R$ 20 por paciente

A epidemia de dengue fez os municípios gastarem R$ 24 bilhões com a Saúde em 2015.


A epidemia de dengue fez os municípios gastarem R$ 24 bilhões com a Saúde em 2015, enquanto o Estado gastou R$ 20 bilhões

 

Prefeituras do interior de São Paulo estão revendo projetos e cancelando obras para aplicar os recursos no combate ao mosquito Aedes aegypti e no atendimento a pacientes com dengue, chikungunya e zika. Em algumas, já falta dinheiro e os prefeitos pedem ajuda aos governos estadual e federal.

Para Stênio Miranda, que preside o Conselho de Secretários de Saúde do Estado de São Paulo, a epidemia de dengue fez os municípios gastarem R$ 24 bilhões com a Saúde em 2015, enquanto o Estado gastou R$ 20 bilhões. "O impacto de custos adicionais provocados pela epidemia é de R$ 20 por habitante, podendo variar de acordo com as realidades locais. O custo principal é com recursos humanos, mas há gastos com medicamentos, soro para reidratação, exames de laboratórios, internações. As queixas dos secretários são unânimes."

A prefeitura de Birigui, na região noroeste do Estado, decretou calamidade pública na terça, frente ao avanço da dengue. O decreto permite ao município adquirir medicamentos e soro para o tratamento dos pacientes e contratar mão de obra e serviços sem a necessidade de licitação. Também possibilita remanejar verbas destinadas a outros projetos. A cidade de 108 mil habitantes tem 841 casos.

Em Ribeirão Preto, com surto de dengue e zika, a estimativa é de gasto de R$ 15 milhões além da previsão orçamentária, no período de janeiro a maio, segundo Stênio Miranda, que também é o secretário de Saúde. "Não temos recurso. Gastamos com Saúde 23% de nossas receitas líquidas, 8% a mais que o mínimo constitucional. Esperamos que a União e o Estado arquem com suas responsabilidades e parem de fingir que tudo se resume a ações midiáticas."

A cidade teve, em janeiro e fevereiro, 27 mil casos suspeitos de dengue e zika.

"Independentemente do diagnóstico, essas pessoas são atendidas, em média, três vezes durante o período sintomático. Estamos falando em cerca de 100 mil consultas adicionais em dois meses, aumento de mais de 50% sobre a média. E o número de casos está em ascensão", diz Miranda. Na mesma região, além de Ribeirão, Sertãozinho, Batatais e Pontal estão em emergência.

Em Rio Claro, o gasto extra com a dengue foi de R$ 2,5 milhões e a transferência de recursos para atender os doentes provocou impacto nos investimentos em outros serviços e obras da Saúde. O município aceitou a ajuda do governo estadual, que garante o pagamento extra de agentes de saúde que trabalharem aos sábados. Em Araçatuba, a prefeitura está usando a mão de obra de 500 voluntários em mutirões contra a dengue.

 

Fonte: Agência Estado



i7 Notícias
-->