Após a morte do jovem de 15 anos, Everson Felipe da Silva Leitão, que foi encontrado enforcado no dia 02 de janeiro, quinze dias após seu desaparecimento, em uma mata, próxima ao distrito de Conceição de Monte Alegre, muitas controversas do motivo que o levou a esse crime vieram.

Sua mãe, Severina Pereira da Silva, e sua irmã Simone, procuraram a reportagem do Portal Paraguaçu para darem a versão do fato e divulgarem uma carta que foi encontrada junto aos pertences do jovem.

Segue a carta de Severina, na íntegra:

Meu filho sempre foi assim: companheiro amigo, alegre e sempre estava ali para der e vier.

Eu nunca tive motivos de suspeitar qualquer coisa dele, pois, aqui vou dizer realmente o que aconteceu, estou cansada de ouvir barbaridades sobre ele, sendo que ele não está mais aqui para se defender.

No dia 18 de dezembro, por volta das 14h, o catequista dele veio em casa a minha procura, para informar que ele não poderia ser crismado, pois, o Everson não estava freqüentando as reuniões da crisma e ele não teria confessado e não poderia confessar a tempo, pois, os padres estavam em visita,  até então eu achava que meu filho estava indo ao crisma. Preparamos tudo, compramos a camiseta, toda a roupa, estávamos à espera do horário para podermos ir.

Assim que o catequista dele foi embora eu o chamei e disse: “Eu estou muito triste com você, pois você mentiu para mim. Quer dizer, você não mentiu para mim, e sim, para Deus. Mas você está fazendo quatro coisas no momento: servindo a Deus, trabalhando, estudando e namorando.

Se você não tiver conseguindo administrar tudo isto, vai ter que fazer a escolha. “Então você vai ter que deixar de namorar, pois, você é novo para isto, para tanta responsabilidade”.

Ali ele me respondeu: “Mãe, me perdoe, eu errei mesmo, me perdoe.”

Eu respondi a ele: “Tudo bem, eu te perdoou, mas você vai ter que fazer a crisma novamente ano que vem”.

Ele me pediu perdão novamente, mas jamais pensei que ele iria cometer algo. Logo depois sai, e deixei-o em casa como de costume, mas, quando voltei, encontrei um bilhete assim:

“Mãe se te fiz sofrer me perdoe...”

Ali veio o desespero, pensei que ele iria passar uma noite fora de casa, esperei na manhã de domingo e nada, e assim passou os dias. Até que chegou a triste notícia.

Depois de tudo fui tirar os pertences dele para doar, mexendo nas coisas dele encontrei esta carta:

  Não culpo ninguém, nem a igreja, nem a escola. O que passava pela mente dele, só ele sabia.

Ele nunca me deu motivos para duvidar dele, eu só peço, encarecidamente, por favor, aqueles que não sabem da realidade não façam comentários, deixem a alma dele descansar em paz, pois, cada comentário que chega me machuca muito. Quando ele estava presente nesta terra, nunca chegou se quer uma conversa dele, agora que ele não está aqui para se defender, chega comentários absurdos, só quem conheceu o Everson sabe o menino que ele era.

Aqui deixo muito obrigado aos amigos e a todos que tiveram comigo neste momento tão difícil.

Severina, a mãe

Everson escreveu algumas palavras e desenhou alguns símbolos no verso da carta:

Severina disse que seu filho sempre foi uma ótima pessoa

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