Mãe tupãense doa recém-nascida em Bauru e procura a polícia após se arrepender

O Conselho Tutelar foi acionado e a Polícia Militar também se dirigiu ao suposto endereço da intermediadora, mas não encontrou ninguém.


 

Uma jovem de 23 anos, moradora de Tupã, procurou a Polícia Civil de Bauru com a intenção de recuperar sua filha, nascida na última quarta-feira (20), após ter doado a neném a desconhecidos, possivelmente residentes em Bauru, e se arrependido.

A mulher relatou que a entrega da menina foi intermediada, com o seu consentimento, por uma  outra mulher, a quem conhecia desde 2012, por conta de relações profissionais, já que ambas trabalham com fotografia.

A mãe teria externado seu desejo de não ficar com a filha durante a gestação, quando, aos seis meses de gravidez, ouviu da colega que uma amiga poderia ficar com o bebê, já que, há algum tempo, tentava, sem sucesso, uma adoção.

Faltando um mês para o nascimento da menina, a mãe concordou, em definitivo, doar a neném para a suposta amiga de sua conhecida, de quem nunca soube sequer o nome.

No dia 28 de março, a genitora saiu de Tupã e foi a Bauru, onde se hospedou na casa da “intermediadora”, localizada na rua Bernardino de Campos, na altura da Vila Maria.

Após ser internada na Maternidade Santa Isabel no dia 19 de abril, a denunciante deu à luz no dia seguinte e recebeu alta médica no feriado de Tiradentes, quando voltou para a casa da colega, que fora registrada como sua acompanhante no hospital.

Na última sexta (22), a  intermediadora levou a criança à sua amiga, junto com os documentos da mãe, alegando que tomaria as providências para o registro e adoção da recém-nascida. Depois, levou a genitora de volta a Tupã.

 

ARREPENDIDA

Só quando chegou à cidade em que vive (Tupã), a jovem relatou a seus familiares sobre a doação do bebê e, diante da reação negativa, ligou pata colega dizendo estar arrependida e pedindo a devolução da criança.

A denunciante contou à polícia que chegou a conversar com a irmã da mulher desconhecida que teria recebido sua filha, de quem também não sabe o nome e lhe afirmou que a neném não seria devolvida.

A mãe, então, voltou a Bauru, mas não conseguiu mais encontrar a intermediadora. À polícia, ela afirmou ter acreditado na boa-fé da colega e que tudo aconteceria dentro da lei. Ela negou ainda ter recebido qualquer presente, dinheiro ou recompensa em troca da doação da criança.

O Conselho Tutelar foi acionado e a Polícia Militar também se dirigiu ao suposto endereço da intermediadora, mas não encontrou ninguém. Ela é descrita pela denunciante como branca, magra, baixa e com cabelos lisos escuros, porém pintados de loiro, na altura dos ombros. Quando a mãe da neném conheceu a colega que negociou a entrega da bebê, ela morava em Dracena. A neném nasceu branca, com bastantes cabelos, lisos, sem qualquer cicatriz ou sinal de nascença, medindo 48,5 centímetros e pesando 3,3 quilos.

 

PROCEDIMENTO

Conforme apurado, a legislação prevê diversas situações em que a mãe decide doar o bebê e um desfecho para cada uma delas. De acordo com o ECA, a mãe maior de 18 anos pode decidir se quer ou não ficar com a criança após dar à luz, desde que, após o nascimento, escreva um documento de próprio punho explicando o fato e entregando na maternidade.

A maternidade oficiará o juiz e a criança vai para uma instituição acolhedora, no entanto, ela já estará inserida no cadastro de adoção. Se o procedimento não é cumprido, contudo, pode até caracterizar tráfico humano.

 

Redação: Vinicius Lousada do Jornal da Cidade de Bauru



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