‘Estava feliz com novo emprego’, diz tio de jovem morto por policial em Ourinhos

Bryan e mais quatro amigos estavam em um carro quando foram abordados por policiais militares.


Rapaz de 22 anos foi atingido por tiro durante abordagem em Ourinhos.

 


Bryan e mais quatro amigos estavam em um carro quando foram abordados por policiais militares (Foto: TV TEM/Reprodução)

O tio do jovem Bryan Bueno da Silva, que foi morto em uma abordagem policial na madrugada desta quinta-feira (9), em Ourinhos, disse que ele havia arranjado um novo emprego e começaria a trabalhar ainda nesta semana. “Era um menino bom, estava feliz porque ia trocar o carro dele, ele estava com o seguro-desemprego, mas conseguiu um novo trabalho. Estava feliz com novo emprego e a tristeza na família é geral. Não é fácil perder um ente querido assim”, afirma Gerson Vanderlei Pontes.

O policial tem 27 anos e não teve o nome divulgado. Segundo a Polícia Militar, ele foi preso em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção, e foi encaminhado ao presídio militar Romão Gomes, em São Paulo. A Polícia Civil também instaurou um inquérito para investigar o caso.

Bryan e mais quatro amigos estavam em um carro quando foram abordados por policiais militares. O grupo saía de uma feira de exposições quando passou pela Avenida Jacinto Ferreira de Sá sentido rodovia. Segundo informações da Polícia Militar, o carro andava em zigue-zague e um dos meninos teria derrubado alguns cones de sinalização.

Dois policiais pediram para que o carro parasse. Bryan estava no banco da frente, do lado do motorista, e levou o tiro de um dos policiais. “O policial não declara que fez o acionamento desse gatilho. Ele declara um recuo diante desse esboço de reação da vítima. E nesse recuo que ele fez, com esse passo para trás, que ele teria dado esse disparo”, explica a comandante do Batalhão da Policia Militar de Ourinhos, Cenize Araújo Calasane.

O jovem, que morava em Santa Cruz do Rio Pardo, foi atingido no pescoço. Ele foi socorrido pelo Samu, mas chegou já sem vida na Santa Casa.

 

Sem reação

Um dos amigos do jovem, que estava no carro, contou que eles não tiveram tempo de sair do carro. “O Bryan estava no banco da frente e ele fez uma brincadeira, colocou a mão para fora do carro e pegou um dos cones. Um dos policiais que estava ali na frente viu e deu sinal de luz para que a gente parasse. Nós paramos certinho, não tivemos nenhuma reação. Aí um dos policiais veio em uma das janelas e outro, que estava mais exaltado, foi na outra janela e ele já veio com a arma apontada, pegou no colarinho da camisa do Bryan e mandou ele sair do carro e nisso atirou. Nós só descemos do carro depois que ele atirou, quando pediram para parar. Não deu nem tempo de fazer nada, não fizemos nada, foi coisa de segundos”, afirma o estudante Wesley Moraes, amigo da vítima.

Ainda segundo o jovem, Bryan não teve nenhuma reação. “Não deu tempo dele fazer nada. Como o policial chegou, pegou no colarinho dele e já atirou e ele já abaixou a cabeça”, completa.

A Polícia Militar informou ainda que está com imagens de câmeras de segurança que gravaram a abordagem do carro onde estavam os jovens. O material vai ser encaminhado ao setor de investigação da PM.

 

Fonte: G1 Bauru e Marília



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