Elzinha diz ser um grande presente aos 67 anos representar o Brasil nas ruas

A ex-atleta falou do grande presente que é aos 67 anos representar novamente o Brasil, ainda mais em sua terra natal.


 

A paraguaçuense e ex-jogadora da Seleção Brasileira de Basquete Elza Arnelas Pacheco, a Elzinha Pacheco, estará nesta terça-feira, dia 28, percorrendo por um trecho de Paraguaçu Paulista conduzindo a Tocha Olímpica Rio 2016. A ex-atleta falou do grande presente que é aos 67 anos representar novamente o Brasil, ainda mais em sua terra natal.

Primeiramente, Elzinha contou um fato que ocorreu com ela, na década de 70, na qual lhe ensinou uma grande lição, e que a sua escolha para ser uma das condutoras da Tocha Olímpica veio para dar um toque especial nessa história.

"Quando fui ao Mundial de 71, eu era muito nova e era a primeira vez que a Seleção Brasileira de Basquete ia jogar no Brasil, em quadras brasileiras. A televisão comprou os direitos para transmitir a partida. Venderam todos os ingressos do Ibirapuera, e eu estava lutando com duas grandes jogadoras para tentar ser a titular como armadora. Na última  hora, o técnico acabou me escolhendo e fez um treino tático no interior à abertura do Mundial, que seria contra a França no outro dia. [...] Na época, eu não estava preparada para ser famosa. Acabou que eu fiquei muito orgulhosa, e eu estava achando o máximo, vaidosa de que Paraguaçu ia me ver na televisão. Meus familiares foram todos para São Paulo, com grande sacrifício, e eu fiquei imaginando no outro dia falar: a novata pegou um lugar naquela seleção tão forte de veteranos. O técnico me disse para fazer nenhuma jogada, o treino era tático, mas o meu orgulho ficou maior do que a ordem e pela vaidade eu fiquei indisciplinada. Quando estava terminando o treino, o técnico abriu as portas do Ibirapuera para a imprensa, e com isso entrou um monte de fotógrafos e câmeras filmando. Aí eu vi aquilo e falei que não iria perder a oportunidade. Cheia de orgulho e vaidade, eu falei que iria fazer uma jogada de efeito, que era o meu forte, para sair na primeira página no jornal. Lá foi eu na desobediência, torci o pé, uma torção de alta que é difícil para se recuperar, e passei o Mundial no banco, não joguei. Passaram-se dois meses, fomos para a Colômbia, fomos campeãs Pan-Americano. Eu fui titular e recebi o título de melhor jogadora do Pan-Americano, mas em quadras do exterior, aí meus pais só viram por jornais".

A ex-atleta tirou uma grande lição com esse fato e a leva até hoje no seu cotidiano. " O tempo passou e aquilo me ensinou muito. Eu comecei a prestar atenção em valores, perceber a toda hora que o orgulho não leva a lugar nenhum e que a gente tem que abrir mão e servir às pessoas, que é assim que a gente vive a vida muito mais gostosa. Eu fui virando educadora e ensinando isso para os meus alunos."

Ser uma das 12 mil condutoras da Tocha Olímpica é algo de grande significância para a ex-atleta. "Eu não joguei novinha, por orgulho, em quadras brasileiras, mas olha que presente que eu recebi aos 67 anos. Eu vou representar o Brasil nas ruas brasileiras e na minha cidade, Paraguaçu Paulista.", disse a paraguaçuense.

A escolha do nome de Elzinha Pacheco para ser uma das condutoras foi feita através de indicações. "O Departamento de Esportes chamou algumas pessoas de diversos segmentos e pediram para indicar três pessoas para conduzir a Tocha Olímpica, e vários deles me indicaram. Então eu fiquei como a primeira indicada. Eles pegaram alguns dados com a minha irmã e fizeram uma história e colocaram o título 'A menina que nasceu para brilhar', só que eles não sabiam que a muito tempo atrás o meu pai fez uma crônica para mim colocando esse título, e enviaram."

A emoção veio à tona ao saber que o seu nome havia sido escolhido, disse Elzinha, que completou: "Eu fiquei como uma adolescente esperando a relação do vestibular, e a minha família também. Gratidão e honra aos meus pais, eles ficariam muito felizes. Eu tenho muita gratidão por Paraguaçu. Quando eu fui escolhida, eu tive um sentimento indescritível de honra, mas eu não imaginava que teria uma repercussão tão grande. Meus amigos, meus ex-alunos estão vindo todos para cá, virou uma grande festa de todos. Mais uma vez eu recebo um prêmio para dividir com todos. A minha emoção é de que eu vou poder dividir com Paraguaçu esta honra."

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