No tempo da minha avó queimava...

Era mais fácil queimar e botar fim no que incomodava e, é claro, sem a menor responsabilidade, do que ter que se servir de técnicas e serviços.


 

Sem a menor cerimônia e, é claro, sem o mínimo conhecimento, bastava ouvir a vassoura no fundo do quintal que logo em seguida vinha a fumaça de uma “queimadinha” que a vovó costumava fazer no fundo do quintal... E tinha outra maneira de se livrar do lixo juntado lá em casa? Tinha né, claro... Sempre teve! Infelizmente até os dias de hoje essa prática é bem comum na cidade.

Era mais fácil queimar e botar fim no que incomodava e, é claro, sem a menor responsabilidade, do que ter que se servir de técnicas e serviços, mesmo que questionáveis, que pudessem dar destinação correta e, ao mesmo tempo, que não oferecem riscos à saúde de ninguém, nem dos próprios “queimadores”.

Nesse período atual que estamos vivendo – inverno e estiagem - a situação se agrava em dois principais aspectos.

O primeiro deles diz respeito à própria recomposição natural da vegetação que, neste período do ano, é mais lenta e, justamente por isso, oferece farto material de fácil combustão que, atrelado às pequenas “queimadas”, acabam se tornando perigosos incêndios.

E o segundo, e mais grave, diz respeito à umidade relativa do ar que, também neste período, é normalmente muito baixa, o que acaba agravando o problema de cada um relativo à gripe e às alergias em geral. Com a queda da umidade do ar as vias aéreas acabam ficando ressecadas e, nesse caso, os agravos e problemas respiratórios passam a ser mais constantes e perigosos, especialmente para os idosos e crianças.

Mas isso todo mundo sabe, poderiam dizer...

E sabem?

E se sabem por que ainda insistem nas queimadas?

É uma “roda” tudo isso: os fortes ventos, a baixa umidade do ar e as queimadas. As queimadas – pequenas ou grandes - provocam não só os problemas de saúde, mas também a complicação desse quadro, pois quanto mais se queima, mas baixa fica a umidade do ar, maior a seca e mais complicação para a saúde.

Isso sem contar o prejuízo que as queimadas causam ao meio ambiente. Lavouras grandes estão em risco e, por conta dos cuidados contra possíveis incêndios, os custos de manutenção das mesmas aumentam, aumentando assim o preço na gondola do supermercado.

Em recente estudo se comprovou ainda que os impactos ambientais ocasionados pelas queimadas são ainda mais devastadores do que se imaginava. A destruição da vegetação, do solo e todos os seus nutrientes é absurda; as contribuições para o chamado efeito estufa; as grandes perdas da flora e da fauna; e o desequilíbrio ambiental causado pelo fogo, se unem aos problemas de saúde para depor contra as queimadas.

E tudo isso pode estar ai, na sua mão, na ponta do palito de fósforo, isqueiro ou cigarro...

Faça isso parar!

Não use o fogo para queimar nada e faça limpeza ecologicamente e eticamente correta!

Nossa saúde agradece!

A Defesa Civil somos todos nós!


Prof. Valter Luís Fortuna Xavier
Professor Efetivo da Rede Estadual de SP e da Rede Municipal
Especializado em Treinamento
Pós Graduado em Metodologia, Didática e Gestão Pública
Especializado em Defesa Civil pelas Universidades Federais de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e UNIVESP
Mestre de Cerimônias e Comunicador



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