Tem um bicho papão embaixo da cama

Quantas vezes nos deparamos com os medos que a nossa infância nos impunha sem nenhuma piedade?


 

Quantas vezes nos deparamos com os medos que a nossa infância nos impunha sem nenhuma piedade? Bicho papão, boi da cara preta, o homem do saco, a loira do banheiro e por ai vai... nos amedrontando e, por muito tempo, botando medo na criançada que muitas vezes precisa de uma companhia na cama para dormir e ainda, que ficasse de mãos dadas...

Como cantam os Tribalistas:
“E a gente não se cansa, e ser criança
Da gente brincar, da nossa velha infância!
Seus olhos, meu clarão, me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho, eu sigo e nunca me sinto só...”

E completa Raul Seixas:
“Pense num dia com gosto de infância. Sem muita importância procure lembrar.
Você por certo vai sentir saudades. Fechando os olhos verá.”

Bons tempos!!!

Tempos idos em que os nossos medos eram apenas sensações da imaginação, do inimaginável, de onde surgiam personagens impensáveis que nos assombravam, mas que temiam um afago, um carinho, uma palavra de conforto, uma oração e sumiam quando duas mãos se uniam, como se fosse um pacto de forças que combatiam o mal.

Bons tempos!!!

Bem diferente de nossos medos de hoje... Dos monstros que nos assombram hoje...

Hoje os monstros são outros... Talvez nem tão assustadores quanto os de antigamente, mas bem mais devastadores... As crianças cresceram e os medos também, principalmente no efeito que causam em nossas vidas!

Mensalão, desvio, propina, inflação, entre outros... Até o super, que antes era sinal de salvação, cuidado e heroísmo hoje virou mais um de nossos pesadelos: o SUPERfaturamento. E o pior de todos! Aquele que soma todos os poderes devastadores dos vários monstros de hoje: a corrupção!

Corrupção vem do latim corruptus, que significa quebrado em pedaços. O verbo corromper significa “tornar pútrido (que já se decompôs, podre)”. A corrupção pode ser definida como utilização do poder para obter vantagens e fazer uso do recurso público para o seu próprio interesse, de um integrante da família, amigo ou mesmo contrário ao interesse geral da comunidade.

Talvez esse seja o nosso “bicho papão” mais terrível de hoje e para combatê-lo surgem heróis, que nem sei se são tão SUPER quanto merecíamos e, na mesma proporção, quanto a situação manda. Mas talvez o SUPER esteja dentro de nós, esteja em nós, conosco... Tudo bem que esse superpoder que temos se manifesta apenas de quatro em quatro anos para mudarmos uma situação que nos assusta e nos amedronta, mas é preciso agir, atuar, se não como super, sim como quem tem o poder de mudar, aliás tudo que quiser... Basta agir! Já!

Ai quem sabe a gente vai se lembrar daquele tempo de um medo quase que romântico... “Tem um bicho papão embaixo da minha cama... Me dá a mão e pensa em coisas boas que ele vai embora...” Então... Me dá a mão???



Prof. Valter Luís Fortuna Xavier
Professor Efetivo da Rede Estadual de SP e da Rede Municipal
Especializado em Treinamento
Pós Graduado em Metodologia, Didática e Gestão Pública
Especializado em Defesa Civil pelas Universidades Federais de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e UNIVESP
Mestre de Cerimônias e Comunicador



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