Pokémon x Olimpíadas

Leia o artigo do Prof. Valter Luís Fortuna Xavier.


 

Impressionante o tanto que a mídia quer nos impor alguns conceitos, às vezes pré, sobre os assuntos que tomam gosto na prática diária e na cultura dos povos, sejam lá de onde eles estão vindo e por que...???

A moda agora é estar antenado, ou plugado e online se preferirem, e caçar pokémons pela cidade em busca dos mais diferentes personagens e nos mais longínquos pontos da cidade. Ou se faz isso ou se vai para o Rio de Janeiro ver as competições das Olimpíadas, ou ainda, trabalhar como voluntário.

Se você não estiver vivendo isso, você está por fora, desatualizado... Está???

O interessante é que logo se criam as correntes do contra e do “a favor”...

Tem agora os que são contra os Jogos Olímpicos e os que são favoráveis...

É inegável o bem que o esporte faz e a capacidade que cada modalidade tem em forjar campeões a partir, muitas vezes, de um diamante bruto que, lapidado, produz grandes títulos e acumula medalhas. É perfeitamente compreensível a capacidade que esse tipo de competição tem pra reunir as pessoas em torno de uma ideia do bem e que leva ao bem, reunindo os povos, sem que seja para um conflito.

O que, por vezes se discute é a maneira com que isso é feito e qual o custo de tudo isso.

Dizem que a Olimpíada do Rio 2016 custou 39 bilhões e que 60% disso teriam vindo da iniciativa privada, numa clara tentativa de mostrar, ou esconder talvez, que muito se gastou para fazer algo que deveria ser feito mesmo.

Precisa gastar essa “fábula” para melhorar o transporte, a segurança, a saúde e tantas obras de infraestrutura por conta das Olimpíadas? Por que não se investe esses 40% de dinheiro público em novos hospitais, moradias, valorização das policias e guardas na tentativa de uma segurança mais aparelhada contra o crime... Por quê? Por que é necessária uma competição para que se pense em melhorias?

A busca por melhorias não deveria ser uma constante?

Se não acontecesse a Copa do Mundo, as Olimpíadas e as Paraolimpíadas, o País receberia esses investimentos em melhorias – das praças esportivas apenas que seja – tanto com dinheiro público, quanto da privada???

Enquanto isso alguns “pseudo” intelectuais, que poderiam muito bem usar sua força e espaço para debater o motivo de tantos gastos para melhorias em função de uma competição, preferem debater a chegada do Pokémon Go... Criticam, de forma avassaladora, os que saem pela cidade na captura dos “bichinhos”. Afirmam que existe certa imbecilidade nisso, duvidando, de forma gratuita e perigosa, da inteligência das pessoas...

Será que não é preferível correr atrás e caçar pokemons a assistir ao trágico e cômico mundo do investimento público desnecessário de uma Olimpíada em meio a uma crise econômica, ou política se preferirirem, onde pessoas morrem na fila por falta de tratamento?

Onde está a imbecilidade???

Todo excesso deve ser castigado, pois tudo que excede prejudica... Pois é... Embora a medida deva ser sempre de cada um, o exagero não está nos quase 40 bilhões gastos para um legado que nem sabemos se ficará e para quem ficará???

O viaduto feito em Minas para a Copa Mundo e que caiu antes de terminar, matando gente, está lá, sem acabar, ao contrário da Copa que já acabou... Onde mais se gastou o triplo e vai ficar sem acabar??? Isso se não cair como a ciclovia do Rio né...??? Isso é o legado??? Ahhh por favor, me dê licença que vou caçar um “bichinho”...

Pokémon Goooo!!!


Prof. Valter Luís Fortuna Xavier
Professor Efetivo da Rede Estadual de SP e da Rede Municipal
Especializado em Treinamento
Pós Graduado em Metodologia, Didática e Gestão Pública
Especializado em Defesa Civil pelas Universidades Federais de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e UNIVESP
Mestre de Cerimônias e Comunicador



i7 Notícias
-->