Risco x Resiliência

Se não se pode seguir as normas e prevenir o risco, que pelo menos a resiliência nos torne mais preparados para o impacto


 

Dois temas são recorrentes nos tempos atuais e, a cada dia, são mais repetidos e debatidos em nosso meio, evidentemente por conta da importância intrínseca aos termos que dizem respeito diretamente à qualidade de vida da população e sua segurança.

Em nossa sociedade muito se discute o porquê da não observância de leis e regras de conduta e comportamento, o que, por muitas vezes só é imediatamente cumprido a partir do momento em que há a vigilância das autoridades ou mesmo a punição dos supostos infratores.

Inicialmente a percepção do que pode causar riscos é um elemento fundamental na gestão desse tipo de situação quando e se instalada, porque quando a comunidade percebe essa realidade, isso se torna um recurso facilitador para a realização das atividades preventivas.

No momento em que uma população passa a perceber suas vulnerabilidades, ela também tem mais clareza sobre a necessidade de se proteger e abre-se o caminho para a colaboração nas ações de proteção.

No entanto, não se pode afirmar que a informação sobre o risco e o conhecimento deste exerça influência sobre a percepção que as pessoas têm sobre, porém, a informação tem um papel importante no aumento da preocupação de que cada cidadão deva adotar medidas para se adaptar ao contexto quando houver uma ocorrência, o que terá impacto sobre seus comportamentos futuros.

Por exemplo: você, quando no veículo, usa o cinto de segurança? Por quê?

Certamente se isso fosse uma pesquisa, grande parte das respostas seria: porque podemos levar uma multa.

A qualificação da percepção de risco refere-se ao desenvolvimento da capacidade das pessoas em analisar de maneira diferenciada o seu cotidiano, rompendo com concepções baseadas no senso comum e ampliando a visão para uma série de fatores de risco que possam estar presentes no ambiente.

Já o termo resiliência é utilizado em diversos campos do conhecimento com variações de interpretação no seu significado em cada um deles. Para a gestão dos riscos o conceito de resiliência incorpora aspectos amplos. Abrange os eventos adversos de origem natural (ventanias, chuvas, tempestades...) ou tecnológica (derramamento de combustíveis, vazamento de produtos químicos, construções equivocadas...), configurando-se uma abordagem holística da gestão do risco e disso na relação entre as pessoas.

Neste contexto, o conceito de resiliência reflete as capacidades e deficiências dos sistemas sociais, econômicos, culturais e ambientais na redução dos riscos.

Resiliência é a capacidade de um sistema, comunidade ou sociedade, potencialmente exposta a perigos, de adaptar-se, resistir ou suportar impactos e manter-se em um nível aceitável de funcionamento, garantindo o acesso a serviços e suporte para a o bem-estar da população e se recuperando de forma rápida.

A resiliência é determinada pelo grau ao qual um sistema social é capaz de se auto organizar para aumentar a sua capacidade de aprender com os desastres do passado e construir um futuro mais protegido com melhores medidas de redução dos riscos.

Ou seja, se não se pode seguir as normas e prevenir o risco, que pelo menos a resiliência nos torne mais preparados para o impacto, até no bolso para os que preferirem...

 


Prof. Valter Luís Fortuna Xavier
Professor Efetivo da Rede Estadual de SP e da Rede Municipal
Especializado em Treinamento
Pós Graduado em Metodologia, Didática e Gestão Pública
Especializado em Defesa Civil pelas Universidades Federais de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e UNIVESP
Mestre de Cerimônias e Comunicador



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