Marcelo Pecchio fala sobre o seu retorno à prefeitura de Quatá

Pecchio falou também sobre a negação do seu registro pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).


 

O candidato eleito para ocupar novamente a cadeira do Executivo de Quatá, Marcelo de Souza Pecchio, de 50 anos, recebeu a reportagem do i7Notícias. Ele falou sobre a negação do seu registro pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) que o considerou inelegível em razão de contas públicas rejeitadas, a reviravolta dessa situação e os seus planos para a sua nova administração a partir de janeiro de 2017.

 


 

Confira a entrevista na íntegra:
 

i7: Apenas 17 dias após as Eleições que você foi eleito prefeito de Quatá. Por que isso aconteceu?

Pecchio: No primeiro ano de mandato, quando assumi em 2005, em razão das circunstâncias da qual eu peguei a prefeitura,  nós não tínhamos condições legais de contratar médicos, enfermeiros  e agentes comunitários pela prefeitura. Depois várias reuniões com as entidades daqui da cidade, com o Conselho Municipal de Saúde, com a Câmara de Vereadores, achamos por bem contratar uma OSCIP para fazer a gestão dos PFS da cidade. Na época foi o único meio que achamos para contratar esses profissionais, tendo em vista que a folha de pagamento estava acima do limite prudencial, bem como o salário de prefeito era inferior ao salário de médico, então você não conseguia contratar médico para atender a população. Foram feitas duas leis, a câmara aprovaram por unanimidade e contratamos esses médicos. Depois de 11 anos vieram alguns apontamentos de algumas irregularidades que houve na forma que foram contratados esses profissionais, alegaram que precisava ter sido feito licitações e outras coisas mais, mas o momento era de urgência, nós já estávamos no mês de junho e a população clamando por médicos. Por isso, estou respondendo um processo pela contratação dos médicos, o que, graças a Deus, o TSE, por unanimidade, inclusive é um caso inédito naquela Corte Suprema, até o presidente se manifestou favorável a mim, julgando por unanimidade o nosso recurso, inclusive fazendo algumas menções à lei de improbidade administrativa, alegando que a improbidade é daquela pessoa ímproba, que se locupleta, que se enriquece licitamente com o dinheiro público, o que foi que não aconteceu comigo. Nós fizemos alguma coisa para atender a nossa população. Quando chega a política isso vem à tona, e como os adversários não tiveram votos, tentaram ganhar no tapetão, mas o povo confiou em mim e sabia o que eu fiz por Quatá, e tivemos aí uma expressiva votação, quase 6 mil votos contra 2 mil, 3 por 1, diante de uma adversária com a prefeitura na mão. Acredito que a vontade popular foi feita, foi o que nós colocamos em toda a nossa campanha, que quem decidiria as eleições era o povo e não o tapetão, porque política se faz com olho no olho. E em primeiro de janeiro estaremos assumindo a Prefeitura de Quatá, para voltar colocar a cidade em ordem.


i7: Você foi prefeito de Quatá de 2005 a 2012. Quais foram as principais melhorias realizadas no município pela sua administração?

Pecchio: Nestes oito anos de mandato nós fizemos muitas coisas, como asfaltar praticamente 100% da cidade. Pegamos uma cidade com menos de 60% de asfalto e deixamos uma cidade com 97%, 98% de asfalto; construímos casas populares; construímos escolas; construímos creches; construímos o ginásio de esportes; reformamos todo o complexo esportivo do município de Quatá; investimos muito na educação, dando agasalhos, colocando o sistema apostilado Objetivo para a nossa população; construímos postos de saúde para atender a nossa comunidade; contratamos médicos especialistas; contratamos nutricionistas, e investimos muito nas pessoas. Na área da assistência social fizemos muitos cursos, onde qualificamos as pessoas para estarem aptas a ajudar na manutenção dos seus lares, como foi o caso de mais de 1.500 mulheres que fizeram algum tipo de curso no CRAS, onde aprenderam panificação, manicure, pedicure ou cabeleireiro; enfim, vários cursos que foram dados para ensinar esse pessoal a pescar em vez de ficar dando o peixe. Foram muitas conquistas nestes oito anos de mandato. Acredito que foi por isso, pelo meu plantio que foi muito bom, que hoje tivemos a colheita do reconhecimento da nossa população.

 

i7: Qual é o estado em que Quatá se encontra no seu retorno ao executivo?

Pecchio: Infelizmente, muito pior do que deixei. Eu deixei uma cidade totalmente saneada, com recursos em caixa, com dinheiro em caixa, deixamos R$ 8.239.000,00 em caixa. Estamos montando a nossa equipe de transição para podermos estar vendo a forma que está a prefeitura, mas os comentários não são bons. A informação é de que a prefeitura está devendo há três meses o Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos Municipais, que deve quase R$ 1 milhão para fornecedores e que toda a frota municipal está totalmente sucateada, bem como os outros setores da prefeitura. Mas vamos analisar, vamos ver com calma. A ideia nossa agora é administrar para toda a população. Independente da forma que a gente pegar, vamos trabalhar com muito afinco, com muita dedicação, como fiz na primeira vez quando assumi a prefeitura. A gente tem capacidade, tem uma equipe muita boa. E o mais importante de tudo isso, a população está do nosso lado, aí fica mais fácil de administrar.

 

i7: Mesmo com a atual situação do Brasil, é possível fazer com que Quatá se desenvolva nestes próximos quatro anos?

Pecchio: É mais difícil, mas não é impossível. Eu acho que a gente tem que ter criatividade, vontade e comprometimento, e é isso que vamos fazer. Crise tem em qualquer lugar. Se a gente ficar dormindo dentro de casa, sentado no escritório e não correr atrás dos nossos objetivos, não conseguiremos nada. Então nós vamos, junto com a comunidade, superar os obstáculos, superar a crise e fazer uma boa administração para a comunidade e honrar os votos que tivemos nas eleições.

 

i7: Quais são as prioridades do seu governo para este próximo mandato?

Pecchio: Temos que investir muito, muito mesmo em segurança pública. Nós estamos com uma dificuldade muito grande e a população está se sentindo muito insegura e vamos investir muito nisso, no que cabe a nós, e vamos cobrar também do governo estadual a parte dele. Vamos investir muito em educação, temos que construir a nossa creche, temos que fazer novas salas de aula na creche, temos que reformar a creche da vila e temos que investir nos nossos funcionários que trabalha na prefeitura, pois são eles que atendem a nossa população, temos investir, cobrar comprometimento e valorizar os nosso funcionários públicos municipais. Também investir muito em saúde, contratar  mais fisioterapeuta, mais médicos especialistas, e valorizar os funcionários da saúde, que são aqueles que atendem as pessoas naquela hora que elas mais precisam. Vamos também investir no lazer, nós temos que recuperar o balneário municipal, para que o nosso povo possa ter aquela área de lazer, que está abandonada a mais de ano, como também terminar o centro de lazer que iniciamos e deixamos praticamente pronto, e que hoje falta colocar iluminação pública, falta asfaltar e colocar aquilo para funcionar, para que os nossos jovens possam ter uma área de lazer, um local que possa ter entretenimento para eles todas as semanas. As prioridades são essas, e administrar com a população, ouvindo o povo. E o mais importante, que é não roubar e não deixar roubar, pois só assim que podemos fazer as coisas.

 

i7: O que você não fez em Quatá nos seus dois últimos mandatos e vê uma grande possibilidade de fazer agora?

Pecchio: Nós temos muitas coisas para fazer. Apesar da gente ter feito muita coisa no primeiro mandato, a gente deixou muita coisa iniciada que queria fazer, uma delas é a gente tentar, porque não depende da gente, depende do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual da Saúde, é fazer nascer quataenses, porque eu tenho 50 anos e nasci em Quatá, meus filhos e meu neto não nasceram em Quatá, porque aqui não pode nascer. A dificuldade é grande pois existe uma legislação de que onde existe Santa Casa no raio de 50 km, não consegue este tipo de atendimento, mas eu vou lutar, é uma coisa que hoje é impossível, mas eu vou lutar até o último dia do meu mandato para tentar conseguir isso para a nossa população. Investir mais em saúde, fazer mais convênios, trazer mais médicos, principalmente exames que as pessoas demoram muito para serem atendidas e também cirurgias, que tem muita gente na fila de cirurgia. Eu já fui no HR e AME em Presidente Prudente para ver o que está acontecendo, e vamos ter reuniões com o governador, com o secretário de saúde para estarmos vendo o que pode ser feito para estarmos melhorando a cada dia mais a saúde, não só de Quatá, mas de toda a região.

 

i7: Como você vê a formação da nova Câmera de Vereadores?

Pecchio: A formação da Câmara de Vereadores a gente tem que ver de forma democrática e respeitar a opinião do povo. Se o povo elegeu, temos que respeitar os nove vereadores. Nós elegemos os cinco vereadores mais votados na nossa coligação e a oposição elegeu quatro vereadores. Espero trabalhar com os nove harmonicamente, cada um respeitando as suas condições, e o povo vai estar aí para analisar o trabalho dos vereadores, o trabalho do prefeito. A minha ideia é trabalhar com os nove vereadores, trabalhando para a comunidade, pois é para isso que fomos eleitos e para isso estaremos recebendo. A partir do dia 1º de janeiro eu sou empregado do povo e os vereadores também.

 

i7: Você acha importante a parceria entre as prefeituras da região? Isso se dará em seu governo?

Pecchio: Não só acho importante como deve der feita. Eu acho que a nossa região tem que se unir para trazer mais indústrias, para trazer emprego para a nossa população. Sabemos que é difícil trazer indústrias grandes, mas se conseguirmos trazer pequenas indústrias para dar emprego para o nosso povo. Sabemos que Paraguaçu gera muito emprego e tem muita gente de Quatá que trabalha em Paraguaçu, como tem de Paraguaçu que trabalha em Quatá. Nós temos que trabalhar juntos: Paraguaçu, Quatá, Martinópolis, Rancharia, Assis. Foi em um trabalho desse que comecei em 2010, como presidente do CIVAP, que hoje se tem a realidade da faculdade de Medicina em Assis; trouxemos o Ministro da Agricultura, na época Aldo Rebelo, que foi o coordenador do Código Florestal, para uma palestra que se inseriu no Código Florestal e beneficiou a nossa região. É desta forma que temos que trabalhar, não só olhando Quatá, mas também toda a nossa região, porque faz parte do nosso contexto trabalharmos juntos com os prefeitos eleitos.

 



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