Artigo: Estagnação

Leia o artigo de Walter Roque.


 

O artigo anterior “Tendências e Atitudes” tratou das possibilidades da retomada do crescimento do país.  Estas aspirações para o futuro foram baseadas em opiniões de economistas que apostam na retomada da confiança no Brasil. Dentre os fatos que sustentam a tese destes economistas estão: a aprovação da PEC 241/55, a reforma da previdência, fiscal, trabalhista e política. Com isso, espera-se que os empresários e investidores passem a imprimir esforços e recursos em novos empreendimentos, desengavetando projetos para geração de emprego e renda. Por outro lado, existem àqueles que acreditam na estagnação da economia, principalmente pelo prisma da geração de emprego e renda.

O economista e palestrante Ricardo Amorim, em entrevista à Dukascopy TV, diz que 1,0 a 1,5% de crescimento na economia podem surpreender àqueles que optarem por investir imediatamente no crescimento do nosso país. Na outra ala está, por exemplo, o presidente do IBGE e economista Paulo Rabello de Castro, que diz em entrevista à Folha de São Paulo do dia 05 dezembro, que “crescer 1%, em 2017, ainda será pouco. ”

Paulo Rabello julga que 1% gerará um mero efeito estatístico e que a recuperação do emprego e renda será ínfima. Esta conclusão, segundo Rabello, é devido às pessoas desesperançadas e a queda de produtividade oriunda deste comportamento. Com isto, o governo arrecada menos, gasta demais e cobra de todos o resultado negativo colhido. O economista aponta ainda que “o risco de sairmos da recessão e entrarmos em uma fase de estagnação é visível a olho nu”, pois os números da economia em 2017 poderão apontar para recuperação, mas isto dificilmente será sentido no aumento de emprego e renda, o que talvez seja visto em 2018, apenas.

No caminho de melhorias sugerido por Rabello estão: a simplificação tributária, o anúncio da reforma da previdência e a criação de um conselho de gestão fiscal que irá zelar pela distribuição de recursos frente à possível aprovação da polêmica PEC 241/55. Com o teto de gastos, naturalmente haverá uma corrida pelos primeiros lugares nas prioridades de acesso aos recursos.

Como a confiança no país é um item indispensável para retomada da economia, o combate à corrupção e as “10 medidas” contra a corrupção, que inspiraram grande parte da população a sair às ruas no último dia 04, precisam corresponder às expectativas destes eleitores e de investidores pelo Brasil à fora.

Estima-se que 200 bilhões de reais são usurpados por ano pela corrupção. Isto equivale à construção de mais de 3.200 hospitais. É por isso que o coordenador da campanha “10 Medidas”, Deltan Dallagnol, é categórico ao afirmar que a corrupção se equipara a um crime hediondo, que mata, “pois tira o remédio, a comida e a escola do brasileiro”.

Espera-se que as 10 medidas sejam aprovadas e que projetos esdrúxulos como a punição por abuso de autoridade de magistrados e membros do MP Ministério Público sejam vetados pela força da vontade do povo.

Entre o otimismo de Ricardo Amorim e o conservadorismo de Paulo Rabello é importante lembrar que cada empresa deve avaliar, para 2017, seus negócios isoladamente! Cada empresa é única e não deve determinar o seu futuro olhando apenas os fatores externos. Agora, é o momento de investir em eficiência, qualidade, planejamento e qualificação dos colaboradores!


Walter Roque Gonçalves
É consultor de empresas, CRA: 6-003457, professor executivo/colunista da FGV/ABS (FGV/América Business School) de Presidente Prudente. Contato e artigos anteriores: fb.com/jkconsultoriaempresarial



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