Reforma política! Será possível?

Leia o artigo de Leônidas Corrêia das Neves - Advogado e escritor paraguaçuense.


 

Não tenho dúvidas de que, a partir da maestria gratificante, da audácia e da sensatez dos Procuradores da República, bem como da coragem e sapiência do Magistrado Sergio Moro, na condução da Operação Lava-Jato em Curitiba, o tema nas manchetes de jornais escritos e televisionados no Brasil, inclusive nas redes sociais, referir-se-á a mobilização nacional em torno de uma suposta Reforma Política a ser levada a efeito no “Brasil do Futuro”. Um futuro que, aliás, ao bem da verdade, iniciou-se em 22 de abril de 1500 e jamais aconteceu de fato. Eis que, do ponto de vista sociológico, somos o único país no mundo que começou sem “povo” e sem “povo”, que se identifique como tal, continuamos até os dias de hoje. Talvez por esta razão carecemos de referências morais tanto nos céus quanto na terra.

Assim sendo a pergunta relevante é: será possível reformar politicamente o Brasil? A resposta é imediata: Não! Justifico!

Segundo renomados historiadores, o que hoje identificamos como Brasil teve seu início nas “ocas indígenas”, migrou para o “inferno nos navios negreiros e para as senzalas africanas”, converteu-se em “império” e posteriormente em “república”, todavia sem conhecer os rudimentares estágios pelos quais passam os povos tidos como “civilizados”.

Disto resultou um “Paraíso Mulato”, inicialmente composto por Jecas-Tatus (Monteiro Lobato e Rui Barbosa) chamado Brasil, e atualmente identificado como uma nação constituída basicamente por prostitutas, por jogadores de futebol e por criminosos de toda sorte (institucionais e comuns). Assim somos identificados no exterior. E inúmeras são as queixas de brasileiros e brasileiras residentes em países outros, exigindo que o governo brasileiro tome providências em relação a esta postura internacional. Entretanto, fato é que foi a própria EMBRATUR, ao alardear o “carnaval” (festa da carne), quem mais fez apologia a este tipo de identidade.

Para muitos “puritanos tupiniquins” tal assertiva, que colhi aqui e acolá, pode parecer um despautério. Coisa de gente “maldosa” e de extremada “má-vontade” para com o Brasil e para com os brasileiros!

Eu também penso assim.

O problema que é os fatos e eventos políticos no Brasil não nos permite ir muito além em nosso “orgulho e imaginário tupiniquim”. Assim sendo, antes de nos rebelarmos contra os maledicentes nacionais e estrangeiros, primeiro devemos responder as seguintes indagações:

1) Por quê é que não temos um Deus como referência nos céus? (o nosso é o Deus do milenar povo hebreu. O que já é um fato extraordinário)

2) Por quê é que sequer possuímos um idioma que se qualifique e nos identifique como tal? (a reforma ortográfica de 01/01/2009 terminou por desconfigurar completamente o idioma brasileiro)

3) Por quê é que não possuímos uma “soberania nacional”?

4) Por quê é que não possuímos uma “arte” genuinamente brasileira?

5) Por quê é que nenhuma de nossas melhores universidades (USP/UNESP/UNICAMP), sequer figura entre as 150 (cento e cinquenta) melhores universidades no mundo?

6) Por quê é que a “filiação paterna” não é referência obrigatória nas Cédulas de Identidade dos filhos brasileiros?

7) Por quê é que a ONU comanda tanto o legislativo, quanto o judiciário no Brasil?

8) Por quê é que, desde 1985, o mega investidor estrangeiro George Soros comanda tanto o TSE (urnas eletrônicas), quanto o Poder Executivo brasileiro?

Enfim:

9) Por quê é que não temos uma Pátria, ou um Estado Brasileiro legítimo (conjunto formado por território, povo e governo nacional)?

Em resumo, é como disse um “facefriend”:

“No Brasil, a gasolina é álcool misturado com solvente de tinta e vendida a peso de ouro nos postos da Petrobrás. A cerveja é suco de milho fermentado. O azeite de oliva é óleo de soja. O leite de vaca se confunde com soda cáustica. O café é uma mistura de cevada com palha de café beneficiado. O pão de trigo é feito com polvilho de mandioca. A mulher que foi capa do ano da Playboy em 1984, em verdade, era um homem transgenero. A carne fresca, vendida por nossos grandes frigoríficos nas grandes redes de supermercados, é reciclada a partir de carniças tratadas com corantes e ácido ascórbico. Aqui o sujeito é a favor do aborto, mas contra a pena de morte. Beber cerveja faz mal à saúde e é severamente punido quem provoca acidentes de trânsito, mas fumar maconha e cheirar cocaina é inofensivo. Aqui se denuncia o feminicídio, mas apóia-se a redução da pena por estupro. Defendemos o plebiscito para o “povo” opinar sobre “reforma trabalhista”, mas o vetamos para aprovação de “casamento gay”. No Brasil a bandidagem clama por liberdade para corruptos, traficantes de entorpecentes, assassinos de policiais, mas tenta-se punir, severamente, a liberdade de expressão. Fazemos leis para prender juízes, promotores, delegados de policia que reprimem tanto a criminalidade institucional, quanto a criminalidade comum, ao mesmo tempo em que consideramos normal o superfaturamento e envio de reservas nacionais para os bancos suíços. Proibimos o cidadão de possuir armas de fogo para sua própria defesa, mas liberamos seu uso para criminosos de toda sorte. Agora responda: alguém acredita que votar de 2 (dois) em 2 (dois) anos (vereadores, prefeito, deputados, senadores e presidente da república) resolverá alguma coisa?”

É por razões desta ordem que esta “reforma política”, e a tão propalada “refundação da república”, na melhor das hipóteses, caracterizar-se-á como mais uma daquelas coisas que o papel higiênico aceita sem reclamar. Eis que não é possível “reformar” o quê, fora da imbecilidade de sua população, fora canalhice, fora do cafajestismo e da criminalidade (institucional e comum) que lamentavelmente caracteriza nosso povo e autoridades com assento e voz nos três poderes republicanos, o Brasil jamais teve “forma” e nem “conteúdo”. Logo, não há como “reformar” o que “nunca existiu” de fato.

 


Por: Leônidas Corrêia das Neves

Advogado e escritor paraguaçuense



i7 Notícias
-->