Bem Necessário

Leia o artigo de Walter Roque - consultor de empresas, professor executivo/colunista da FGV/ABS de Presidente Prudente.


 

Empresas que começam pequenas podem sofrer com os desafios gerados pelo crescimento exponencial dos negócios. Algo que parecia “fácil” no começo, agora, com a empresa repleta de cargos e funções, parece patinar como um carro que encontra um atoleiro pela frente.

No início, desde o cafezinho às finanças, do atendimento ao público ao marketing da empresa, das operações às entregas, tudo estava concentrado nas mãos do dono. Por isso, as decisões eram mais ágeis e parecia que fluía naturalmente. Com o crescimento dos negócios e procedimentos, o tempo ficou escasso para tantos compromissos e foi preciso contratar mais pessoas para funções que até então eram centralizadas.

O problema maior se dá quando a nova realidade da empresa é confrontada pelos velhos hábitos. Isto significa que, se o dono/diretor, apesar de funcionários e gerentes já contratados, fizer questão de participar de todas as decisões na organização, por menores que estas sejam. Isto comprometerá a agilidade da estrutura de cargos e funções.

Posto isso, há de se salientar que o tempo disponível para pensar em soluções de problemas que somente o diretor e/ou proprietário da empresa resolverá, ficará comprometido. Isto também prejudicará decisões importantes sobre as estratégias que podem promover ou não o crescimento da organização.

Para resolver esta questão, após estruturar cargos e funções na empresa e, avaliar o perfil de cada funcionário para tais cargos, o único que poderá educar a equipe e organizá-la para o novo modelo é o dono/diretor. Quando funcionários subordinados aos gerentes procuram diretamente o diretor, devem ser orientados a resolver as questões com os superiores diretos (gerentes) e estes sim definirão se o problema deve ser relatado ou não à diretoria.

Por outro lado, a priori, o dono/diretor deve evitar qualquer interferência nas decisões que seus gerentes venham tomar, impedindo assim a multigerência, ou seja, ordens vindas de dois ou mais superiores que deixam qualquer funcionário sem saber o que fazer. Neste caso o dono/diretor pode dialogar com seus gerentes e deixar claro como as decisões serão tomadas para que com isso, a direção não interfira diretamente em questões que seus gerentes resolverão.

O diretor da empresa tem direito de fiscalizar e abordar qualquer um dos setores. No entanto, é preciso tomar cuidado para não interferir ou aceitar interferências que comprometam a agilidade e eficiência da estrutura de cargos e funções, pois estes, são um bem necessário ao crescimento sustentável da empresa!

 


Walter Roque
É consultor de empresas, CRA: 6-003457, professor executivo/colunista da FGV/ABS (FGV / América Business School) de Presidente Prudente. Contato: 18-99723-3109 .



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