Após ficar 'comovido' com conselhos de vítima, usuário de droga desiste de roubá-la

Ele foi localizado pela Polícia Militar e detido para esclarecimentos na Delegacia Participativa da Polícia Civil. Uma faca foi apreendida pela corporação.


Adolescente, de 13 anos, teria o celular subtraído quando disse ao indivíduo que ele poderia ter uma vida melhor, em Presidente Prudente.

 


Ocorrência foi apresentada na Delegacia Participativa da Polícia Civil em Presidente Prudente (Foto: Stephanie Fonseca/G1)
 

Uma adolescente, de 13 anos, quase foi roubada quando seguia a caminho de uma escola estadual localizada na Vila Marina, em Presidente Prudente, por volta das 7h30 desta segunda-feira (6). Entretanto, o autor, de 21 anos, após ser aconselhado pela própria vítima e ficar “comovido”, desistiu de praticar o crime. Ele foi localizado pela Polícia Militar e detido para esclarecimentos na Delegacia Participativa da Polícia Civil. Uma faca foi apreendida pela corporação.

Uma equipe soube, via Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), de uma tentativa de roubo próximo a uma escola estadual, na Vila Marina, assim como das características do suspeito.

Ao patrulhar pelas proximidades, a PM localizou o suspeito, que estava em companhia de outro indivíduo. Ambos foram abordados e um deles identificado como o autor da tentativa de roubo. No bolso dele, os militares encontraram uma pequena faca.

Questionado, o suspeito negou que teria tentado roubar a vítima, entretanto, após ser reconhecido pela adolescente por meio de uma fotografia, ele se retratou e confessou a prática.

 

‘Comovido’

Conforme declarou o indivíduo, com a faca, ele anunciou o assalto para a estudante com o intuito de roubar um celular, contudo, após receber conselhos da própria vítima, “comovido, desistiu e deixou o local sem feri-la e subtrair qualquer objeto”.

A vítima contou que caminhava quando foi abordada pelo indivíduo, que com a faca anunciou o assalto. Entretanto, após explicar que o celular era de uso pessoal, que sua mãe ainda o pagava e dar-lhe conselho para sair dessa “vida errante”, ele desistiu de praticar o assalto e até “apertou-lhe a mão agradecendo”.

Em seguida, o homem desceu a rua e se juntou com o outro abordado, entretanto, não pode confirmar se há um vínculo do segundo indivíduo com o comportamento do autor.

 

A caminho da escola

Junto com a mãe, a estudante relatou que, logo pela manhã, caminhava para ir à escola, quando passou por um indivíduo que estava parado. Logo em seguida, o tal homem passou a caminhar atrás da vítima e então perguntou a hora. Após consultar o celular, que estava no bolso, informou-lhe o horário e continuou a andar.

Na sequência, o mesmo indivíduo, que estava sozinho, passou pela adolescente, sacou a arma, anunciou o assalto e disse à vítima que lhe entregasse o celular. Neste momento, a menina passou a conversar com o autor e lhe deu conselhos para deixar a criminalidade, “pois se tratava de uma pessoa jovem e com muitas oportunidades na vida”.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, aparentemente o indivíduo estava drogado e começou a tremer. Assim, antes mesmo de se apossar do celular da vítima, ele pediu-lhe desculpas e, após apertar-lhe a mão, foi embora sem ferir a menina e sem levar nada.

Após o indivíduo ir embora, a vítima foi até a escola e informou funcionários sobre o ocorrido. A Polícia Militar foi acionada e a menor ainda colocou que, ao se afastar, o autor se aproximou de outras duas pessoas que estavam a cerca de um quarteirão e que não participaram da ação criminosa.

Já o indivíduo declarou ser usuário de crack e maconha desde os 12 anos e que por conta do vício já foi preso pelos crimes de tráfico de drogas e de furto, bem como passou a morar na rua e que não tem filhos.

Ele relatou que nesta segunda-feira (6), para adquirir a droga para consumo pessoal, tentou roubar o celular de uma pedestre se utilizando de uma faca. Porém, logo após anunciar o assalto, passou a ser aconselhado pela vítima sobre a nocividade daquele comportamento e da possibilidade de uma nova vida. O indivíduo também foi informado de que o aparelho celular era de uso pessoal e que sequer havia sido pago.

Diante do aconselhamento por parte da vítima, ele afirmou que ficou “muito comovido”, pois comumente é hostilizado em todos os setores da sociedade por conta de seu estado pessoal, mas ao receber o conselho da vítima decidiu que de fato deveria mudar de vida. Assim, após a conversa, sem feri-la ou subtrair qualquer coisa, apertou-lhe a mão como sinal de agradecimento e deixou o local.

Logo depois, ele encontrou um conhecido, também usuário de droga, e até chegaram a discutir por questões relacionadas ao uso de entorpecentes. O indivíduo também declarou que agiu sozinho.

Com as situações, o fato foi registrado como constrangimento ilegal e contravenção penal de porte de arma.

O homem envolvido foi liberado pela polícia.

 

Fonte:  G1 Presidente Prudente



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