13º Salário

A estimativa é de que o 13º injetará mais de R$ 190 bilhões na economia. Parte dele será destinada à quitação de dívidas em atrasos e poupança.


 

A crise econômica perdeu as forças em 2017 e há sinais de recuperação do comércio, principalmente quando observados os números do ano passado. No entanto, o empresário ainda precisa tomar cuidado com as estratégias de final de ano, pois os recursos do 13º não serão investidos no comércio em sua totalidade. Parte dele será destinada à quitação de dívidas em atrasos e poupança.

A estimativa é de que o 13º injetará mais de R$ 190 bilhões na economia. Segundo o site Radar Amazônico, 30 de outubro, “as melhores condições econômicas, com redução dos juros, da inflação e a recuperação do mercado de trabalho vêm impulsionando o consumo das famílias”. Somam-se a este fato pesquisas que apontam o crescimento do comércio varejista pelo 5º mês consecutivo (fonte:IBGE). A queda dos juros e ligeira baixa da redução de endividamento das famílias são apontados como os principais fatores para a recuperação do consumo.

Em contrapartida, matéria divulgada no jornal O Estadão, julho de 2017, aponta que os brasileiros ainda carregam o fardo das dívidas atrasadas. São mais de 270 bilhões de reais em dívidas pressionando o 13º. Olhando por este ângulo, se todo dinheiro, 190 bilhões, fossem destinados para o pagamento de dívidas em atraso, o recurso não seria suficiente. Óbvio que os mais de 50 milhões de brasileiros endividados não destinarão 100% dos recursos para pagamento de dívidas, mas a parcela que o fará pode frustrar expectativas de vendas superestimadas por comerciantes para este final de ano.

Para trabalharmos com dados mais específicos, há pesquisas sendo feitas pelo país que têm revelado a tendência dos consumidores quanto ao destino do 13º salário. Por exemplo, as informações divulgadas pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL Manaus), outubro de 2017, mostra que os consumidores pretendem poupar em torno de 11% e outros 20% irão destinar os recursos para a quitação de dívidas em atraso. Se considerarmos estes resultados e observar os recursos que serão injetados no país, o comércio terá que desconsiderar mais de 50 bilhões de reais das estimativas de vendas.

Estas pesquisas e o conhecimento sobre o comportamento do público-alvo local ajudam os empresários a orçar melhor o faturamento e com isso, reduzir os riscos de errar a mão na compra de estoque e contratação de funcionários temporários para o final de ano.


Walter Roque Gonçalves
Consultor gerencial e financeiro de empresas, professor executivo da FGV/ABS  de Presidente Prudente | CRA 144.772 | Contato:(18)99723-3109 | [email protected]



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