Passeio de bicicleta em Quatá


A nossa galera ia sempre aos domingos passear de bicicleta para Quatá, mas só que ninguém de nós tínhamos uma bicicleta boa, porém, isso não era problema, pois o que nós queríamos mesmo era apenas nos divertir e chegar ao destino e isso com certeza acontecia. 

Eu tinha uma bicicleta velha e pesada, neste dia ela estava com um probleminha, ela não travava o pé de vela, então quando mais se pedalava,  mais pesada ficava, pois ia apertando a rosca e eu sofria muito para pedalar, mas isso também não era problema, pois levava dentro de uma bolsa de couro duas chaves principais para que quando precisasse amolecer era só usar as ferramentas, a cada 1 km no máximo eu tinha que virar ela pra cima para mandar martelada na rosca para soltar. Neste dia foram: Eu,Claudionor, João Moya, Luis Henrique (Kapa) e o Paulo (gordo), esse sim era arteiro.  Já na volta pra casa, passou um caminhão lento na subida e já mesmo fomos pegar rabeira no caminhão para que rendesse nosso retorno, então ficaram todos agarrados na rabeira do caminhão, mas conforme foi andando, o caminhão foi aumentando a velocidade, então nisso foram se soltando, conforme o limite de cada um. Eu fui o primeiro a soltar, depois soltou o Luiz Kapa, depois o João Moya, depois o Claudionor, já o gordo achou que aguentaria o rojão, então resolveu continuar grudado no caminhão, claro que ele foi sumindo de nossa visão, até que depois de muito pedalar, ouvimos no meio do mato um gemido, quando fomos ver, deparamos com o nosso amigo todo quebrado, ralado, ensanguentado, com a bicicleta toda quebrada, sem a roda dianteira, que até hoje não encontramos. Mais tarde ele nos contou que chegou uma hora que não conseguia mais soltar, pois a velocidade do caminhão na descida foi aumentando até levar o maior tombaço  e nisso já estava começando a anoitecer.  Resolvemos  colocar ele no selin de uma de nossas bicicletas e começamos a trazer ele, um segurando ele para não cair e outro empurrando, enquanto o Luiz veio na frente para pedir socorro para o pai dele vir ao encontro de nós.  Já quando estávamos quase chegando em Paraguaçu lá veio o Asnóbre Matos com seu carro TL para resgatar o Gordo.  Levamos a maior bronca. Foi só o tempo do Gordo melhorar das quebraduras e dos ralados que voltamos a fazer nossas peripécias, mas nunca mais pegamos rabeira em caminhão, mudamos, começamos a pegar de trem.

 

 

 



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