Exercícios de força para as pernas trazem benefícios ao seu cérebro

Se você precisava de algum incentivo para subir as escadas com mais frequência, sair para correr ou mesmo se arriscar em uma sequência de agachamentos, aqui está.


 


Exercitar as pernas tras benefícios para o cérebro.© NickyLloyd via Getty Images
 

Se você precisava de algum incentivo para subir as escadas com mais frequência, sair para correr ou mesmo se arriscar em uma sequência de agachamentos, aqui está.

De acordo com o estudo "Redução do Movimento nas Doenças Neurológicas: Efeitos nas Características das Células-Tronco Neurais", publicado na revista acadêmica Frontiers in Neuroscience, trabalhar regularmente as pernas, especialmente quando você faz uso de estímulos de força com ajuda de cargas e pesos, é essencial para a produção de células neuronais saudáveis.

"Não é por acaso que somos programados a ser ativos: caminhar, correr, agachar para sentar e usar os músculos das pernas para erguer as coisas fazem parte do nosso cotidiano. A saúde neurológica não é uma via de mão única com o cérebro dizendo que os músculos levantam, andam e assim por diante. Eles precisam ser exercitados", explica a médica e pesquisadora Raffaella Adami, da Università degli Studi di Milano, na Itália.

Os pesquisadores realizaram um experimento de 28 dias em que permitiram que um grupo de camundongos usasse apenas as suas patas dianteiras em atividades do seu dia a dia. Os ratos tiveram um comportamento normal, sem quaisquer sinais de estresse exibido.

Após os 28 dias, os pesquisadores foram estudar os cérebros dos animais, particularmente a zona sub-ventricular, onde os neurônios são produzidos por células-tronco neurais.

Quando comparado a um grupo controle de camundongos irrestritos e autorizados a utilizar todas as suas patas, o número de células-tronco neurais diminuiu em 70% nos camundongos que tinham o uso das patas traseiras restrito.

Os pesquisadores também observaram que tanto os neurônios quanto os oligodendrócitos (células neurais especializadas) eram incapazes de amadurecer completamente quando a atividade física era reduzida.

"Nosso estudo parte da ideia de que as pessoas que não são capazes de fazer exercícios de peso - como os pacientes que estão acamados - não perdem apenas a massa muscular, mas a química do seu corpo é alterada em nível celular, e até mesmo o seu sistema nervoso é prejudicado ", explicou Adami.

Estudando as células individuais, os pesquisadores também notaram alterações no metabolismo dos ratos devido à redução de oxigênio pela falta de exercício. Além disso, a capacidade reduzida de movimento impactou a saúde da mitocôndria, responsável por liberar energia para o corpo.

Doenças neurológicas, como a atrofia muscular espinhal (AME), têm sido uma área de interesse para o grupo de pesquisadores. Para ao médico Daniele Bottai, co-autor da pesquisa, os músculos do cérebro e das pernas têm uma relação direta. A saúde neurológica depende de sinais enviados pelos músculos das pernas, tanto quanto a saúde muscular depende dos sinais do cérebro.

Para os pesqusiadores, os resultados do estudo podem ajudar os profissionais a entender melhor por que os pacientes com doença dos neurônios motores, esclerose múltipla e outras doenças neurológicas tem o quadro piorado quando o movimento das pernas se torna limitado.

 



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