Paraguaçuense, professor do Instituto Federal de Minas Gerais morre após ser espancado

Em post em rede social, movimento lembrou luta da vítima contra homofobia.


Em post em rede social, movimento lembrou luta da vítima contra homofobia.Em post em rede social, movimento lembrou luta da vítima contra homofobia.

 


Haroldo de Paiva Pereira era professor do IFMG em Ouro Preto - Foto: Reprodução/Redes Sociais
 

Um professor do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) morreu, na manhã desta quinta-feira (17), após ser espancado no último domingo (13), em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais. De acordo com a instituição, Haroldo de Paiva Pereira era professor de artes e estava internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. Ele nasceu em Paraguaçu Paulista e se mudou há cerca de 30 anos.

O professor, conhecido também pela luta contra a homofobia, foi encontrado espancado dentro de casa depois que vizinhos estranharam que a porta da casa dele estava aberta. Segundo a Polícia Militar (PM), ele estava caído no chão do quarto, com ferimentos no rosto e na cabeça.

De acordo com o delegado regional de Ouro Preto, Isaias Confort Costa, o suspeito, Rafael Luís Oliveira Fernandes Ferreira, foi detido na casa dele, onde também foi cumprido um mandado de busca e apreensão. O homem, que já tem passagem pela polícia por tráfico de drogas e roubos, estava em liberdade condicional.

Após a prisão, ele confessou o crime, mas não se manifestou diretamente sobre os motivos que levaram à agressão.

De acordo com Costa, o professor e o suspeito eram conhecidos e, na noite antes do crime, estariam no mesmo bar. Ainda segundo o delegado, as investigações apontam que eles não chegaram nem saíram juntos do estabelecimento, mas, em um certo momento, teriam novamente se encontrado e seguido juntos para a casa do professor na moto dele.

O corpo de Haroldo está sendo transladado para Paraguaçu Paulista. O velório será realizado nesta sexta-feira, em horário a confirmar, na Igreja Presbiteriana Indepentente. O sepultamento ocorrerá no Cemitério da Paz.

Ele era solteiro e deixa a mãe Dona Mercedes e a irmã, conhecida como Cidinha (ex-funcionário da Caixa Econômica). O seu pai, já falecido, era muito conhecido como Adolfo Ferroviário.

 

Desentendimento

Segundo Costa, Rafael contou apenas que eles teriam se desentendido antes de iniciar a agressão. Após o crime, ele teria levado a moto do professor, que foi recuperada pela polícia na última terça-feira.

O delegado conta que o professor era uma pessoa muito querida em Ouro Preto. “Tivemos informações comentários de homofobia. A linha mais direta é de latrocínio”, disse.

 

Notas de pesar e homenagens

O IFMG divulgou nesta manhã uma nota de pesar. “A Direção-Geral está no Hospital João XXIII, a fim de dar todo apoio a família. O IFMG - Campus Ouro Preto solidariza com a família enlutada”, afirmou a instituição.

Por meio de uma rede social, o Movimento Itabiritense de Lésbicas Gays Bissexuais e Travestis (ITALGBT) prestou uma homenagem ao professor e lembrou da luta da vítima contra a homofobia.

“Agradecemos imensamente a grande contribuição que Haroldo deu aos seus alunos e a sociedade ouro pretana, que será sempre lembrado pelo profissionalismo, inteligência, competência e sensibilidade para lidar com as adversidades, fazendo um enfrentamento a LGBTfobia. Sua morte não será em vão”, disse o ITALGBT.

 


Rafael Luís Oliveira Fernandes Ferreira foi preso na manhã desta quinta - Foto: Polícia Civil/Divulgação

 



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