'Pagador de promessa' passa por Paraguaçu após 25 anos percorrendo o mundo para agradecer cura

Ele já assistiu 2.238 missas; conheceu 667 padres e 10 bispos; e foi tema de matérias em 1.200 jornais e 64 telejornais.


Ele já assistiu 2.238 missas; conheceu 667 padres e 10 bispos; e foi tema de matérias em 1.200 jornais e 64 telejornais.

 


No penúltimo dia do pagamento da promessa, devoto passa por Paraguaçu Paulista
 

No penúltimo dia após 25 anos cumprindo uma promessa que fez caso fosse curado de um câncer, o devoto de Nossa Senhora de Aparecida, Antônio Pereira, passou em Paraguaçu Paulista nesta sexta-feira, dia 08. Neste sábado, dia 09, ele chega à Maracaí/SP, a última cidade a ser visitada antes de retornar para a sua família, que não a vê desde 1991. A companheira dele nas viagens são duas imagens da santa.

Morador de Porto Velho/RO, ele foi diagnosticado com câncer na garganta, em estado avançado, fazendo-o até ficar sem visão dos dois olhos. “Os médicos me mandaram para Barretos/SP, e nada adiantou. Eles falaram que iriam me mandar de volta para casa. Lá no hospital, às 18h, o sino da capela bate, e quem pode vai para lá. Como eu não conseguia enxergar, sentei na cama e com dificuldade peguei uma caneca com água. Fiz a promessa, passei a água na testa e a vista foi clareando. Quando enxerguei, vi uma mulher toda de azul, que para mim é Nossa Senhora Aparecida”, explicou Pereira.

Ele explicou ainda que os médicos foram chamados e falaram que ele estava curado. “Neste dia, 15 de janeiro de 1991, liguei para a minha esposa, pedi para ela levar todas as minhas roupas para lá, mas eu não disse o que iria fazer”, disse.

Depois disso, já percorreu o país inteiro e alguns países da América do Sul, como Uruguai, Argentina, Bolívia e Paraguai. Para isso, deixou a mulher e dos dois filhos em Porto Velho. Cada viagem durou em média um ano, entre ida e vinda. Debaixo de sol e chuva, ele chegou a caminhar 30 km por dia.

Durante os mais de 80 mil km caminhados, Antônio registrou quase tudo o que fez, e os números impressionam: assistiu 2.238 missas; conheceu 667 padres e 10 bispos; e foi tema de matérias em 1.200 jornais e 64 telejornais.

Nessas mais de duas décadas, também foi vítima de assaltos. Ele já contabilizou 23 roubos, alguns deles com violência. Inclusive, perdeu alguns dentes devido às agressões.

Em uma das vezes que foi assaltado, ele contou que o criminoso ficou zangado porque não tinha dinheiro para dar a ele.

“Ele vasculhou a minha mochila procurando dinheiro, mas eu não tinha nada nem para eu mesmo comer. Foi então que me deu um chute no queixo e eu perdi um dente”, contou Antônio.

Antônio não leva dinheiro em suas viagens e conta apenas com a solidariedade das pessoas. Muitas vezes não recebia ajuda. “Eu já senti muita fome, muita sede, ouvi muitos 'nãos', mas sempre tinha alguém bom para me ajudar”, disse. Ele já chegou a dormir até em cemitério.

Neste fim de semana, ele vai para Assis/SP, onde embarcará em um ônibus com destino à sua cidade, Porto Velho/RO.
 


Antônio Pereira com as suas duas companheiras, as imagens de Nossa Senhora Aparecida

 



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