Polícia prendeu três suspeitos de tentar ‘fazer justiça com as próprias mãos’ na antiga favela do Altaneira

Polícia Militar fez a abordagem na zona leste da cidade, nas proximidades da antiga favela do Altaneira . - Foto: Arquivo

Três homens foram presos em flagrante na noite desta terça-feira (08), no bairro Altaneira, zona leste de Marília, acusados de sequestro e cárcere privado. Segundo a polícia, eles são suspeitos de tentar “fazer justiça com as próprias mãos”, em virtude do suposto estupro de uma criança.

O caso de tortura e vingança foi descoberto depois que uma equipe da Polícia Militar passou por um carro suspeito, por volta das 23h30, na rua Emaus. No interior do Fiat Pálio com placas de Marília havia cinco pessoas, incluindo uma criança de apenas 12 anos.

O motorista tentou evitar a abordagem e sair do local, mas o carro acabou parado pelos militares. No banco de trás, estavam três homens. No centro, a vítima do sequestro, chorando e com sinais visíveis de violência.

O homem de 39 anos relatou que foi ameaçado e espancado pelos criminosos. Disse ainda que estava sendo acusado, injustamente, de ter violentado uma criança. Ele teria sido levado para um barraco da Vila Barros e submetido a pelo menos duas horas de tortura. Alegou ainda que seria executado, se a Polícia Militar não tivesse parado o carro.

A vítima sofreu vários ferimentos em decorrência de socos e pontapés, principalmente na cabeça e no tórax. Os três suspeitos negaram as agressões e qualquer intenção de praticar um homicídio.

Segundo a polícia, um deles chegou a afirmar que “deu carona” após encontrar o rapaz ferido. Os três negaram a versão de vingança, porém, dentro do carro, a polícia encontrou um bastão de madeira que teria sido usado nas agressões.

O delegado Amarildo Leal, coordenador da Central de Polícia Judiciária (CPJ) disse que não há registro de crime sexual relacionado aos detidos ou mesmo ao rapaz espancado. Ele não descarta, porém, que a vingança tenha relação com caso ainda não relatado às autoridades.

“A DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) foi acionada e vai verificar se há essa vítima, se houve, enfim, um crime que desencadeou essa situação. Para nós, por enquanto, trata-se de um caso de sequestro e cárcere privado”, disse.

O delegado afirmou ainda que não há elementos para afirmar que a vítima era alvo de um “tribunal do crime”, embora os envolvidos tenham passagem pela polícia, alguns deles por tráfico de drogas.

A vítima foi encaminhada para um Pronto Atendimento da cidade e os três suspeitos presos em flagrante. A criança de 12 anos que estava com o trio foi liberada, após chegada dos responsáveis no plantão. A polícia vai apurar detalhes do caso por meio da DIG (Delegacia de Investigações Gerais).

Fonte: Diário de Marília