Após três semanas sem avanços, foi retomada na quinta-feira, 5, a negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban que apresentou o índice de 6,1% de proposta de reajuste para os salários e benefícios dos bancários. A proposta rebaixada só repõe a inflação do período.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Assis e Região, Helio Paiva Matos, a proposta é absurda e só reafirma a desvalorização dos bancários por parte dos bancos. "Não fecharemos a campanha sem aumento real. Além disso, os banqueiros não nos apresentaram soluções concretas para as reivindicações de emprego, igualdade de oportunidades, saúde e segurança. O que nos foi apresentado é muito pouco".
A Fenaban afirmou na mesa que essa proposta é a final. Não há nova rodada agendada. Porém, os balanços dos bancos comprovam que o lucro é sempre crescente e que todas as instituições financeiras têm condições de melhorar a proposta. “Os bancários estão sofrendo com as metas que adoecem os trabalhadores. Modo de gestão que leva os clientes a ter de comprar produtos desnecessários. Além do fim das demissões, os bancos também não apresentaram nada para mudar essa realidade. Foram mais de 21 mil bancários afastados no ano passado, sendo mais de 50% por transtornos mentais e doenças como LER/Dort, causados por um ritmo de trabalho estressante e abusivo”, ressalta.
Na próxima quinta-feira 12, os sindicatos deverão realizar assembléias para que os bancários definam os próximos passos da Campanha Nacional. Caso a proposta seja rejeitada, nova assembléia, desta vez organizativa, será realizada na quarta-feira dia 18, para deflagrar a greve por tempo indeterminado a partir do dia 19.
Principais reivindicações:
• Reajuste Salarial de 11,93%, sendo 5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%
• PLR – três salários mais R$ 5.553,15
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21)
• Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá – Salário Mínimo Nacional (R$ 678)
• Emprego – Fim das demissões em massa, ampliação das contratações, combate às terceirizações e contra o PL4330 (que libera a terceirização e precariza as condições de trabalho), além da aprovação da convenção 158 da OIT (que inibe dispensa imotivada)
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
• Mais segurança nas agências bancárias, com a proibição do porte de chaves de cofres e agências por bancários
• Igualdade de oportunidades, com contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes.
Ello Assessoria de Imprensa