Líder do MST, José Rainha, visita Paraguaçu e fala sobre a situação do movimento


 


José Rainha já foi preso trezes vezes, todas em circunstância do MST


José Rainha Júnior, líder dos Movimentos Sem-Terra (MST), esteve em Paraguaçu Paulista na manhã desta quarta-feira, dia 16, visitando o Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Em entrevista ao I7 Notícias, ele falou sobre a situação do movimento.

Sobre o movimento no município, Rainha disse sobre a situação do Horto Florestal. “Nós estamos com uma reivindicação em questão dos hortos florestais. Paraguaçu tem um horto que está ocupado por plantações de pino, eucalipto e cana. Nós chegamos de uma audiência com a presidenta Dilma que determinou ao Patrimônio da União que levantasse todas essas áreas do Estado que estão com a Fepasa e estão ocupadas por terceiros. O que for terra pública e terra da União virão para a reforma agrária”, disse.

Segundo o líder do MST, a reforma agrária é hoje a maior fonte de geração de emprego e renda para o nosso país. “O nosso objetivo é estar fortalecendo os sindicatos dos trabalhadores rurais na defesa de direitos e interesse dos trabalhadores e por outro lado estar fortalecendo a luta pela terra e reforma agrária. O nosso objetivo é gerar emprego, trabalho e renda às nossas famílias”, relatou.

Rainha disse ainda que o movimento está bem organizado na nossa região e há uma concentração de grandes acampamentos que estão a cada dia crescendo mais.

No âmbito nacional, o líder disse que a reforma agrária está lenta e que a presidenta Dilma está deixando a desejar, mas que 2013 será um ano de muita mobilização. “Temos que nos mobilizar agora, depois teremos Copa do Mundo, eleições e Olimpíadas, aí os movimentos sociais serão deixados para trás”.

Rainha disse também sobre suas prisões, que totalizam treze. “Passei grande parte da minha juventude preso. Agora, tenho orgulho de ser preso. A minha identidade é de luta em defesa da reforma agrária. Quem não luta, não tem perspectiva de vitória. Só sabe o gosto da vitória quem luta”.

Ele relatou que todas as suas prisões foram em circunstância do movimento e que a cada cadeia que passa se sente mais fortalecido. 

No Brasil, o movimento possui 6 mil famílias acampadas e, de acordo com Rainha, todas possuem emprego, estudo e não passam fome.

Finalizando, José Rainha mandou uma mensagem aos leitores do site. “Esta cidade vai ter um dia emprego pleno para todos, quando as pessoas tiverem o direito respeitado, quando a dignidade humana chegar para todos. A gente não pode falar de dignidade humana para pessoas desempregadas, com pessoas passando fome”.

 

 



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