A Justiça condenou um médico e a Santa Casa da cidade de Palmital (SP) ao pagamento de R$ 100 mil de indenização por falha na prestação de serviços médicos. A decisão ocorre após sete anos que a ação foi proposta por uma moradora da cidade. Em março de 2006, a comerciante deu entrada no hospital em trabalho de parto, mas o bebê nasceu morto.
De acordo com relato da moradora, ela deu entrada na Santa Casa na véspera do parto, pois não estava sentindo mais os batimentos do bebê. Apesar das dores, a mulher só foi submetida a uma cesariana durante a madrugada e no momento da cirurgia, não havia pediatra para receber a criança que já nasceu sem vida.
O médico que atendeu a comerciante, que também era diretor clínico do hospital na ocasião, garantiu que todos os procedimentos foram realizados corretamente. No entanto, durante o processo, foi apurado que a gestante, grávida de 9 meses, deveria ter recebido um medicamento para controlar os batimentos cardíacos do bebê, mas isso não teria sido feito porque o hospital não tinha o remédio.
Na sentença divulgada nesta quinta-feira (11), a juíza confirma essa falha do hospital e entende que o médico, apesar de saber dos problemas com a criança, deu as instruções por telefone e não foi prestar socorro à paciente. Com base nos exames periciais, a juíza ainda concluiu a morte do bebê poderia ter sido evitada se a gravidez tivesse sido interrompida logo depois da chegada da mulher ao hospital.
Em entrevista ao TEM Notícias na manhã desta quinta-feira, a comerciante se diz satisfeita com a decisão da Justiça. “Agora eu sinto que a Justiça foi feita. Sei que é impossível, mas eu gostaria que eles pagassem na cadeia, pois eles tiraram um pedaço de mim”, desabafa. Para a reportagem, a direção da Santa Casa informou apenas que irá recorrer da decisão que ainda é de primeira instância.

Juíza ainda concluiu a morte do bebê poderia ter sido evitada (Foto: Reprodução/TV Tem)