Pedreiro de 32 anos ameaçou a adolescente e prometeu que praticaria a violência sexual; encarcerado sozinho, ele teria se enforcado utilizando a própria calça jeans
REINCIDÊNCIA - Caso parecido aconteceu na DIG no final de março de 2010 - Foto: Arquivo
O pedreiro Leandro Batista Maia, 32, foi encontrado enforcado e morto em uma das celas do Plantão Policial de Marília na manhã de domingo (28). Ele havia sido preso na tarde anterior sob a acusação de embriaguez ao volante, ameaça e estupro contra a própria filha, de 14 anos.
De acordo com informações da Polícia Militar, por volta das 16h30 de sábado, Leandro dirigia Volkswagen Voyage pelo Jardim Polyana, zona oeste da cidade, quando encontrou a filha caminhando com duas amigas pelo bairro. Alterado, o homem ameaçou a adolescente e a exigiu que entrasse no veículo. Temendo ser agredida e sabendo dos abusos de álcool e drogas pelo pai, ela concordou.
O pedreiro guiava em alta velocidade pela SP-294 (Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros) em direção ao distrito de Padre Nóbrega, quando perdeu o controle da direção e bateu contra uma galeria de água, chamando a atenção de populares.
Rapidamente, uma viatura da Polícia Militar e outra da PRE (Polícia Rodoviária Estadual) abordaram o suspeito e comunicaram o ocorrido ao delegado plantonista Wilson Damasceno, que foi ao local. Com sinais claros de embriaguez, ele foi submetido ao teste do bafômetro, que constatou a existência de 0,72 miligramas de álcool por litro de sangue.
Ainda às margens da rodovia, a adolescente afirmou que o pai havia passado as mãos em suas pernas e prometeu que a estupraria. A menor e a mãe dela ainda disseram que a promessa de Leandro só não foi cumprida por conta do acidente. Ele foi indiciado pelos três crimes e colocado em uma cela individual por motivos de segurança.
Na manhã de domingo (28), policiais civis mantiveram contato com o acusado em duas oportunidades: a primeira às 8h e a segunda, às 8h20. Já por volta das 9h, quando seria transferido para uma unidade prisional na região, Leandro foi encontrado morto na cela. Ele teria utilizado a própria calça jeans para se enforcar. Seu corpo foi sepultado ontem de manhã no Cemitério da Saudade.
O procedimento de segurança prevê apenas que cintos e cadarços devam ser retirados do vestuário dos detentos. Mesmo assim, a Delegacia Seccional de Marília instaurou inquérito e apura se houve falha.
REINCIDÊNCIA
Este é o segundo caso parecido que ocorre em Marília nos últimos anos. No final de março de 2010, o desempregado F.J.J., 26, foi encontrado morto em uma cela da DIG (Delegacia de Investigações Gerais). Ele, que havia sido preso suspeito de praticar dois assaltos, foi encontrado enforcado com a própria camiseta.
O caso foi apurado pela própria Polícia Civil, que constatou que não houve negligência dos responsáveis pela delegacia.
Diário de Marília