Macaca ‘Chico’ deixa ONG em Assis e retorna para família


Animal foi retirado pela Polícia Ambiental no começo da noite desta 2ª feira.
 


Macaca ficou por 16 dias na ONG em Assis (Foto: Alexandre Azank / TV TEM)

A macaca ‘Chico’ foi retirada pela Polícia Ambiental da Associação Protetora dos Animais de Assis (APASS) no começo da noite desta segunda-feira (19). Depois de uma liminar concedida pela Justiça no último dia 14, o animal será devolvido para a família de Elizete Farias Carmona, com quem viveu por 37 anos em uma residência de São Carlos. As duas cidades do interior de São Paulo ficam a 330 quilômetros de distância. Na ONG, ‘Chico’ recebeu um novo nome: ‘Carla’, em homenagem a São Carlos.

Antes da transferência, que teve apoio do Corpo de Bombeiros de Assis, um veterinário realizou exames para elaborar um laudo sobre a saúde de ‘Chico’. Peso, altura e condições físicas foram avaliados. A macaca estava na entidade desde 3 de agosto, quando foi recolhida da casa em São Carlos.

De lá para cá, o Ministério Público entrou com um pedido de liminar para que o animal fosse devolvido à família. Apesar de a moradora de São Carlos não ter um documento oficial que autorize a criação da macaca, a juíza Gabriela Muller Carioba Attanasio disse que documentos do processo apontam sinais de domesticação do animal durante os 37 anos, o que estabeleceu um vínculo familiar e uma interação entre a mulher e a macaca. 

Após a chegada do animal, prevista para a noite desta segunda-feira, Elizete Carmona, de 71 anos, terá dez dias para oferecer um viveiro adequado, além de uma alimentação indicada para a espécie. As melhorias deverão ser comprovadas por um laudo de um veterinário.

De acordo com a ONG de Assis, a macaca da espécie ‘prego’ chegou ao local com três quilos abaixo do peso ideal. Um cardápio chegou a ser preparado com alimentos apropriados. Isso deverá ser aplicado em São Carlos para que a mulher não corra o risco de perde o animal novamente.

Segundo a diretora da entidade, Natália de Godoy, o animal foi submetido a um estresse desnecessário durante a retirada do viveiro. “Por mais que bombeiros tomaram o cuidado, a macaca passou por estresse e gritou bastante. Ela foi colocada em uma forca para captura de animais e depois na gaiola para ser transferida. A gente fica triste porque estávamos cuidando dela conforme manda a lei. Agora quero ver se a senhora de São Carlos vai providenciar o abrigo e alimentação adequados. Queremos apenas que o animal possa viver saudável”.

A Secretaria do Meio Ambiente foi notificada nesta segunda-feira e teria o prazo de cinco dias para cumprir a determinação. Apesar da transferência de ‘Chico’, a assessoria de imprensa do órgão estadual afirmou em nota no começo da noite de que o procedimento só seria realizado nesta terça-feira (20), o que não ocorreu.


Entenda o caso

O animal foi retirado da família de São Carlos pela Polícia Militar Ambiental após denúncias, no dia 3 de agosto deste ano. Encaminhado para a APASS, veterinários comprovaram que o macaco era uma fêmea. O macaco-prego ‘Chico’ foi entregue para Elizete Carmona em 1976 por um caminhoneiro amigo da família.

‘Chico’ apresentou resistência ao ser retirado da família de Elizete. De acordo com a Polícia Ambiental de São Carlos, em março a aposentada recebeu uma licença provisória para continuar com o macaco até que fosse encontrado um lugar adequado para ele, o que aconteceu no começo deste mês.

G1


i7 Notícias