Familiares desafiam Poder Judiciário a punir responsáveis pelo crime. Laudo preliminar indica que vítima foi jogada viva no rio
Clima de emoção marcou a presença de amigos e familiares no sepultamento do cantor Ângelo Boin Neto, na manhã desta segunda-feira (21), no Cemitério Municipal São João Batista, em Presidente Prudente (Foto: Valmir Custódio/iFronteira)
O corpo de Ângelo Boin Neto, de 52 anos, chegou ao velório, em Presidente Prudente, na noite de desse domingo (20), porém, a pedido da família, o corpo foi liberado para ser velado às 7h30 desta segunda-feira (21). Amigos, familiares e companheiros do Grupo Divano, o qual o bancário e músico fazia parte, prestaram homenagens. O sepultamento foi realizado às 11h no Cemitério Municipal São João Batista, também na cidade.
Sobre o caixão lacrado e a foto de Ângelo foram realizadas muitas orações. Um dos momentos de maior comoção foi quando integrantes do Grupo Divano cantaram a música “Canção da América”, de Fernando Brant e Milton Nascimento. “Ele vai sempre cantar com a gente e com os anjos. O Ângelo era um artista maravilhoso e no grupo éramos uma família há 10 anos”, disse a cantora Maria Luiza de Oliveira Leitão, 30 anos.
A também companheira de grupo musical, Rita Kuskowski, 42 anos, desabafa com a forma violenta que perdeu o amigo. “É uma sensação de dor, revolta e de saudade ao mesmo tempo. Ele vivia para cuidar da mãe, que tem 91 anos. A última vez ele deu comida a ela, a colocou para dormir, saiu de casa e não voltou mais”, relatou.
Ângelo Boin Neto
Sepultamento
Boin foi sepultado por volta das 11h sob mais homenagens. Em uma delas, a amiga Maria Luiza leu uma carta escrita pelo cantor durante uma apresentação do grupo. O primo Carlos Eduardo Viegas, 64 anos, ressaltou algumas qualidades do bancário. “Ele era um artista, uma pessoa doce, começou com a pintura e depois foi para a música e sempre muito dedicado. A família está sendo muito amparada pela comunidade prudentina”, pontuou Viegas. Boin deixou a mãe e três irmãos.
Familiares cobram justiça
Devido à condição violenta em que o artista foi assassinado, familiares esperam justiça e cobram das autoridades a punição dos culpados dos crimes. “Violência tem em qualquer lugar do mundo, mas, infelizmente, eu não espero o consolo da nossa Justiça. Eu desafio o poder judiciário a provar que eu estou errado”, desabafou o primo.
A Polícia Civil recebeu na manhã de hoje o laudo preliminar onde a perícia aponta que o cantor morreu por afogamento, o que, segundo a investigação, é um indício de que Boin ainda estava vivo quando foi arremessado sobre o Rio Paranapanema, na divisa dos Estados de São Paulo e Paraná. O corpo de Boin foi encontrado nesse domingo (20).
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