Pesquisa da Unesp de Assis usa células da medula óssea do paciente (Foto: Reprodução/TV)
Uma pesquisa desenvolvida pelo campus da Unesp de Assis tem mostrado que o uso de células-tronco pode frear a evolução do enfisema pulmonar. Depois do resultado eficaz em camundongos, o material está sendo testando em quatro humanos. O Ministério da Saúde estima que cerca de 6 milhões de brasileiros tenham a doença respiratória crônica, com evolução lenta, muitas vezes causada pelo vício de fumar.
Segundo o pesquisador da Unesp, João Tadeu Ribeiro Paes, a pesquisa é inédita no país já que é a primeira a usar células-tronco embrionária retiradas da medula óssea do paciente com enfisema pulmonar.
“Esse trabalho é pioneiro no Brasil e, com este tipo de célula que nós usamos, também é pioneiro no mundo. Uma hipótese razoável e mais aceita atualmente é que essas células estimulam a regeneração através de mediadores no processo de ativação química de formação de novos vasos”, explica o pesquisador de Assis.
Camundongos foram usados na primeira fase da pesquisa e o resultado levou a Comissão Nacional de Ética a autorizar o teste inicial em humanos. Quatro pacientes já receberam as primeiras aplicações com células-tronco e os testes foram considerados seguros e eficazes. “Se nós conseguirmos com esse tratamento pelo menos melhorar a qualidade de vida ou brecar a progressão da doença estaremos muito satisfeitos”, ressalta João Tadeu.
Entre os pacientes que esperam os resultados da pesquisa está Alcides Pinto Farias (foto). O aposentado começou a fumar na juventude e o vício ao longo de 50 anos tirou a saúde. Os pulmões não aguentaram e, recentemente, ele foi diagnosticado enfisema pulmonar.
A doença dificulta a respiração e Alcides passou a ter companhia de um cilindro de oxigênio. “Qualquer movimento já sinto falta de ar. Não consigo respirar e nem soltar o ar que ele fica preso. É aí que vem a crise de falta de ar e cansaço. O enfisema não ataca ao fumar o primeiro maço de cigarros. Você só sente as dificuldades que a doença causa depois de uns 30 anos”, diz o aposentado.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) liberou R$ 200 mil para a pesquisa. Os pacientes com enfisema pulmonar serão selecionados pelo Instituto Chico Anysio e serão atendidos na Faculdade do ABC. (Fonte: G1)