Médica alerta para prevenção às infeções; equipe da Santa Casa de Marília encerra campanha


Infectologista Lucieni Oliveira Conterno, responsável pelo SCIH do hospital, afirma que combinação entre uso inadequado de antibióticos e falta de higiene das mãos favorece desenvolvimento de superbactérias.

No encerramento da semana em que é lembrado o Dia Mundial de Controle das Infecções Hospitalares (15 de maio), a médica Luciene Oliveira Conterno, coordenadora do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) da Santa Casa de Misericórdia de Marília, faz um alerta: “Os médicos e enfermeiros têm higienizado as mãos menos do que deveriam”. Para destacar a importância do tema, a equipe do hospital utilizou uma câmara com luz negra e promoveu um “pedágio de conscientização”.

As infecções, que muitas vezes levam pacientes à morte, ocorrem com frequência. No Brasil, segundo dados da CNB (Comissão Nacional de Biossegurança), pelo menos 100 mil pessoas morrem ao ano com esse tipo de quadro. A expressão “superbactéria” está sempre associada a mortes coletivas em hospitais, como no recente caso do Hospital de Messejana, em Fortaleza, onde sete pessoas morreram infectadas com bactéria Acinobacter baumanni.

A médica explica que a combinação entre o uso inadequado de antibióticos e a falta de higiene das mãos favorece o desenvolvimento das chamadas “superbactérias”, que na realidade são microrganismos que sofreram algum tipo de mutação e tornaram-se mais resistentes. Por isso, segundo ela, melhor que a medicação após o mal instalado, é a prevenção que minimiza riscos e salva vidas.

“Infelizmente, vivemos essa lamentável realidade: os médicos e enfermeiros deixam de higienizar as mãos como deveriam e muitos até desconhecem a forma correta que garante a limpeza de todas as regiões da mão (incluindo punhos e entre os dedos). É fundamental que façamos um trabalho de educação permanente junto aos profissionais, visando a conscientização”, disse a médica.

Nos dias 14 e 15, a Santa Casa de Marília promoveu um pedágio educativo. A equipe da enfermeira Silvana Martins Dias Toni, gerente do SCIH, abordou os funcionários durante a troca de turnos e utilizou uma câmara com “luz negra” para mostrar o aspecto visual das áreas higienizadas das mãos. “A região que fica mais escura, sob a luz, teve contato com o álcool gel. Este teste mostra a importância de fazer a higienização seguindo o passo a passo para uma limpeza eficiente”, afirma a gerente.

Para uma higienização adequada, é preciso extrair álcool gel em quantidade suficiente, colocar na palma de uma das mãos, friccionar as palmas das mãos entre si, friccionar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda e vice versa. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais, friccionar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da oposta segurando os dedos e vice versa, friccionar o polegar esquerdo e direito, friccionar as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda com movimentos circulares e vice versa. Finalmente, friccionar os punhos com movimentos circulares. No final do processo, todo o álcool já evaporou e as mãos estão efetivamente limpas.

 

 

Fonte: Assessoria de Imprensa



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