Homem é espancado em Marília por ser suspeito de morte de jovem não resiste e morre


Ele havia sido transferido para a UTI anteontem

 

Covardemente espancado por vizinhos na noite de segunda-feira (29) ao ser apontado, sem fundamento, pelo desaparecimento e consequente morte da adolescente Thais Alves Costa, 14, o montador Cirso Fernando Guilherme, 47, faleceu no final da noite de quarta-feira, na UTI do Hospital das Clínicas. Este é o 18º homicídio do ano.

Ele deu entrada no Hospital das Clínicas logo após o ataque. Na tarde de quarta-feira (1), Cirso teve piora em seu estado de saúde, sendo transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde respirava com o auxilio de aparelhos. O montador sofreu traumatismo crânio-encefálico, além de diversas outras fraturas. Seus agressores usaram telhas, tijolos e pedaços de pau.

O corpo de Cirso foi sepultado ontem, em Padre Nóbrega. Velório foi acompanhado por amigos e familiares. Ele deixa três filhos: Cirso Júnior, 14, Jonatas, 13, e Patrick, 10. Os dois primeiros estão aos cuidados da avó materna e o caçula, com a mãe, no estado do Paraná. O montador era divorciado há três anos.

O CASO

Por volta das 21h30 de segunda, homens invadiram a casa de Cirso, o arrastaram do imóvel e o agrediram na rua. Pelo menos cinco pessoas participaram do espancamento. Policiais militares foram chamados e encontraram ele inconsciente. Socorrido pelo Samu, ele foi levado ao HC com ferimentos graves na cabeça.

Três casas da família foram destruídas, inclusive sendo alvo de incendiários e saqueadores. Thais Alves Costa, 14, estava desaparecida desde o dia 18 de novembro. O corpo foi encontrado na tarde da última segunda-feira 29, no córrego de uma fazenda, na zona norte.

Mãe quer justiça e residências reconstruídas

Mãe do montador Cirso Fernando Guilherme, 47, a dona de casa Conceição Dolores Guilherme, 68, diz que o filho foi espancado não pelo suposto envolvimento no desaparecimento e morte da adolescente Thais Alves Costa, 14, mas sim pela raiva de vizinhos traficantes.

“Tenho convicção da inocência dele. Os agressores dele usaram isso para descontar a raiva que tinham dele. Todos suspeitavam que o Cirso denunciava o tráfico lá no bairro. Quero que a justiça seja feita e que todos sejam presos”.

Conceição ainda afirmou que pretende processar os agressores pelos danos que causaram as residências dela e do filho. Hoje, ela e os dois filhos de Cirso que residem em Marília estão hospedadas na casa de uma neta.

De acordo com o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Aéliton Roberto de Souza, os envolvidos no espancamento, que resultaram no homicídio, também serão indiciados por danos.

 

Agressores vão responder por homicídio e incêndio

As investigações sobre o espancamento que resultaram na morte do montador Cirso Fernando Guilherme, 47, estão bastante adiantadas. O caso é investigado pelo delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Aéliton Roberto de Souza.

“Já ouvimos algumas pessoas e estamos bem próximos de descobrir a autoria dos agressores. Acredito que, nos próximos dias, já tenhamos desvendado este caso e prendido os acusados”, conta.

Ele confirmou que todos os envolvidos responderão processo por homicídio, incêndio, dano e ameaças. Juntas, as penas por estes crimes ultrapassavam os 30 anos.

 

Há 2 hipóteses para a morte da garota

Laudo sobre a morte da garota Thais Alves Costa, 14, deve sair no final deste mês. No dia 18 de novembro, ela, a irmã e mais dois amigos foram até a represa do Ribeirão dos Índios. Na distração do grupo, Thais desapareceu e foi encontrada 11 dias depois em riacho de uma fazenda na zona norte.

Por enquanto, a polícia trabalha com a hipótese de que a adolescente teria se afogado após passar mal dentro d´água. Ela era epilética e no dia do desaparecimento não havia tomado remédio, segundo o delegado Aéliton Roberto de Souza.

Ele diz ainda que, apesar de o corpo não apresentar perfurações ou sinais de violência, homicídio não está descartado, mas que as chances são pequenas.

 

Carro de montador passará por perícia

Tido por vizinhos como o assassino da jovem Thais Alves Costa, 14, o carro do montador Cirso Fernando Guilherme, 47, foi apreendido pela Polícia Civil e passará por perícia.

“Nossa intenção é descartar ou incluir ele no caso de uma vez por todas. Sabemos que ele tinha uma deficiência em uma das pernas, o que o impossibilitaria de praticar tal crime, como dizem os vizinhos”, conta o delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais, Aéliton Roberto de Souza.

O delegado ainda disse acreditar que Cirso foi usado como “bode expiatório” e as agressões foram motivadas por desligamento de ligação clandestina de energia elétrica.

 

Fonte: Diário de Marília



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