Estado de São Paulo registra 760 doadores e bate recorde histórico
Número de doação de órgãos em Marília cresceu 260% nos 11 meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto em 2009, foram 12 doadores múltiplos, até o mês passado ocorreram 31 registros.
Neste ano foram doados seis pâncreas, 24 fígados, 58 rins e sete ossos. No ano passado as doações múltiplas incluíram dois pâncreas, quatro fígados, 14 rins e dois ossos.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, São Paulo bateu recorde histórico ao chegar a 760 doadores. Na comparação com o mesmo período de 2009, o total de doadores deste ano é 25% maior. Deste universo, Marília corresponde a 4%.
Conforme explicou o Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos (Spot) da Faculdade de Medicina de Marília (Famema), doadores são vítimas fatais que tiveram seus órgãos cedidos com autorização das famílias.
“A conscientização é o fator principal para este crescimento, bem como o aperfeiçoamento da logística para transporte dos órgãos”, analisa o enfermeiro Luís Carlos Paula e Silva.
O Spot funciona no Hospital das Clínicas e conta com a colaboração de médicos, enfermeiros, assistente social e auxiliares que fazem o rastreamento de possíveis doadores.
As pesquisas incluem hospitais e unidades de terapia intensiva em Marília e nos municípios da região, como Assis, Ourinhos, Tupã e Presidente Prudente. O serviço abrange uma população superior a dois milhões de habitantes.
A doação só é efetivada após a permissão dos familiares das vítimas.
“Estou vivendo melhor”, diz atendente
O atendente de farmácia, Samuel Teófilo da Silva, 38 anos, foi uma das pessoas beneficiadas pelo aumento no número de doações múltiplas em Marília. Antes de passar por duas cirurgias que lhe restabeleceram a visão, Samuel corria risco de ficar sem condições físicas para o trabalho.
“Como atendo o público, preciso ler receita médica e acessar os códigos dos remédios”, diz. Ele recebeu duas córneas e atribui não apenas ao serviço de captação de órgãos da Famema, mas também à família do doador a reabilitação de sua visão.
“A família precisa colaborar para que novas vidas possam prosseguir”, comenta. Hoje Samuel lê normalmente, acessa o computador sem problema e pode esclarecer as dúvidas das pessoas que procuram remédios na farmácia onde ele trabalha.