Acidente próximo ao Rio do Peixe envolveu três veículos e mobilizou serviços de emergência

Aparecido Nunes de Oliveira Filho, 61, passageiro do Corolla, ficou gravemente ferido - Paulo Cansini 

Grave acidente na tarde de ontem, na rodovia Rachid Rayes (SP-333), entre Marília e Assis, matou duas pessoas e deixou mais quatro feridas. A colisão aconteceu nas proximidades do Rio do Peixe, em um trecho com terceira faixa. Congestionamento no local chegou a cerca de quatro quilômetros. Para a polícia, o excesso de velocidade foi a principal causa do desastre. A suspeita é que Valdeci Pavan, 40, que dirigia um veículo Toyota Corolla preto, placas de Itirapina (SP), região de Rio Claro, tenha invadido a pista contrária e atingido de frente o Renault Duster, de Curitiba. A polícia ainda apura se houve uma tentativa de ultrapassagem, ou Pavan perdeu o controle da direção devido a velocidade.

A rodovia é de pista simples, porém há terceira faixa no local do acidente. Também existem dois radares (um em cada sentido) instalados a poucos metros do local onde ocorreu a colisão.

Uma das principais testemunhas ouvidas pela polícia é o motorista Jorge Shosure Kanzawa, 62, que dirigia uma Van com peças para eletrodomésticos. Ele relatou ao Diário que seguia no sentido Marília/Assis e também foi atingido no acidente.

Kanzawa dirigia uma van Renault Master quando percebeu o Corolla se aproximar na faixa contrária e invadir a pista. “Antes de me acertar, o carro acertou o Duster. Por isso me atingiu já mais fraco e de lado. Mesmo assim, eu rodei na pista umas duas vezes”, conta.

Com o impacto, o Duster ficou totalmente destruído e teve peças lançadas por toda a pista. O Corolla teve a frente desmontada e o motor acabou lançado a cerca de 30 metros do local onde o carro parou. Valdeci, condutor do automóvel, morreu no local após ser arremessado a pelo menos 20 metros do veículo.

No sedan também estavam Aparecido Nunes de Oliveira Filho, 61 (banco dianteiro) e o jovem Rodrigo Rocha dos Santos, 23. O homem ficou gravemente ferido e aguardou socorro dentro do veículo. Já o rapaz saiu desesperado pela pista. Ele não sofreu ferimentos aparentes, mas estava desorientado. O jovem foi resgatado pela polícia a cerca de três quilômetros do local. Ele disse que estava no banco de trás e dormia no momento do acidente.

Quando os bombeiros chegaram, Caio de Souza Silva, 21, já estava fora do veículo - Paulo Cansini

LUTA PELA VIDA

As três pessoas que estavam no Duster ficaram gravemente feridas. Quando os bombeiros chegaram, Caio Fernando de Souza Silva, 21, já estava fora do veículo. Ele precisou ser entubado e passar por procedimentos de emergência ainda na UR (Unidade de resgate dos Bombeiros).

Duas mulheres ficaram presas entre as ferragens. Laila Fernanda de Souza Silva, 19, irmã de Caio, foi resgatada do carro e apesar dos esforços das equipes dos bombeiros e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que tentaram a reanimação, não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu no local.

A motorista do Duster, Aline Beatriz Braga, 25, também foi retirada das ferragens e deixou o local com suspeitas de lesões graves.

O acidente causou um congestionamento de cerca de cinco quilômetros na rodovia. Foram mobilizadas duas unidades de resgate dos bombeiros e duas do Samu (incluindo a UTI Móvel). Equipes da Polícia Militar Rodoviária, bombeiros, Polícia Civil, Polícia Militar, Peritos do IC (Instituto de Criminalística) e do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) trabalharam no local até o início da noite, para cumprir todos os procedimentos e normalizar o tráfego.

O delegado responsável pelo plantão na tarde desta terça-feira, Sebastião de Castro, informou que as causas do acidente só serão determinadas após resultados da perícia, porém ficou evidente a imprudência. “Esse tipo de cena não ocorre sem alta velocidade”, disse.

Mesmo com cinto, homem foi lançado de carro

As três vítimas que estavam no veículo Corolla, placas de Itirapina (região de Rio Claro), estavam de cinto de segurança. Apesar disso, o motorista foi arremessado a cerca de 30 metros do carro. Para a Polícia Militar Rodoviária, a situação de excesso de velocidade é evidente.

O comandante do setor II da 3ª Companhia da PM Rodoviária, tenente Augusto José de Carvalho Filho, afirma que a perícia será determinante para esclarecer as causas do acidente, porém, pelas circunstâncias, houve imprudência.

“Não temos como afirmar qual veículo invadiu a pista contrária, apesar das suspeitas em relação ao Corolla, em virtude até de que os demais já haviam passado pelo radar fotográfico. O que podemos dizer é que foi desenvolvida, por um ou mais envolvido na ocorrência, velocidade acima do sinalizado”, disse.

Um inquérito será instaurado pela Polícia Civil para investigar o caso. Até o fechamento desta edição, ainda não havia sido confirmados os nomes das vítimas.

Fonte: Diário de Marília