Feirinha do Brás causa revolta em comerciantes de Maracaí

A Feirinha itinerante do Brás ficou apenas três dias na cidade de Maracaí, mas foi tempo suficiente para provocar revolta nos comerciantes da cidade.


A Feirinha itinerante do Brás ficou apenas três dias na cidade de Maracaí, mas foi tempo suficiente para provocar revolta nos comerciantes da cidade. Eles alegam que pagam seus impostos e lutam diariamente para permanecerem em atividade, dando emprego aos moradores, e, de repente, chegam os feirantes do Brás para levar o dinheiro dos consumidores embora.

Nelson (foto) é comerciante em Maracaí há quinze anos, e relatou que a Feirinha do Brás faz com que os consumidores do município deixem de pagar as suas contas para utilizar o dinheiro para fazer compras nas várias barraquinhas de confecções, calçados e acessórios. E falou ainda: "O comércio tem muitas mulheres trabalhando e as mulheres dependem do comércio para terem o seu emprego para manter a sua renda, o seu lar, a sua família. Então, se vem uma empresa de fora que não vai deixar o seu dinheiro aqui, provavelmente os patrões vão acabar dispensando essas mulheres e elas vão acabar perdendo o emprego. Então, eu vejo que isso não é uma coisa útil para a cidade".

Já a vendedora Rosi Marina falou que é uma competitividade desleal entre o comércio de Maracaí e os feirantes do Brás. "Atrapalha as vendas da gente. Eu acho que não é certo. Pagamos impostos na cidade, andamos tudo certinho e em poucos dias eles levam todo o dinheiro daqui. Em três dias dá para levar muito dinheiro", comentou ela.

Outros comerciantes já acham que a Feirinha do Brás não atrapalha tanto o comércio, como é o caso do Francisco Carlos, comerciante na cidade há vinte e cinco anos. "Acredito que como o comércio de Maracaí é forte e unido, e sempre dando condições para os nossos consumidores, não é um evento que atrapalha muito. Acredito também que os produtos que são vendidos lá não são de confiança".

Já alguns consumidores relataram que a Feirinha do Brás é uma opção de comprar gastando pouco, além de ser um atrativo para as pessoas. "Passei aqui na frente e parei para dar uma apreciada. Acho interessante, é algo diferente. Muitas pessoas sabem que existem o Brás e a Vinte e Cinco, mas não têm acesso. Esta vinda para os municípios menores atraí a população. É um custo acessível e legal", disse Luciano Barbosa.

A consumidora Solange Santos (foto) também passou pelas barracas da Feirinha do Brás e gostou do que viu. "Estou achando maravilhoso. Isto aqui tem que acontecer muitas outras vezes, porque as pessoas daqui saem para irem lá no Brás, então se eles estão aqui fica mais fácil. Os preços estão muito bons. As mercadorias são maravilhosas."

Sabendo antecipadamente da vinda da Feirinha do Brás para Maracaí, os comerciantes foram procurar o prefeito municipal para que ele pudesse impedir a instalação, o que não foi possível. Apesar de toda a burocracia, a Feirinha do Brás conseguiu se instalar legalmente no município, como explicou o chefe de gabinete da Prefeitura Municipal, Heitor Manzoni.

"Eles chegaram, se instalaram e apresentaram o requerimento, aí nós tivemos que buscar o que a nossa legislação trata. No caso do Brás, a legislação requereu: o alto de vistoria do Corpo de Bombeiros e o recolhimento das taxas de ambulante ou o item que ele se enquadra", falou Manzoni.

Ao apresentar o valor da taxa municipal, inicialmente o representante da Feirinha do Brás não quis fazer o pagamento, contabilizado em cerca de R$ 17.100,00, sendo necessário até o acionamento de viaturas da Polícia Militar.

"O representante apresentou o laudo de vistoria e teve uma resistência por recolher o preço público, que ficou cerca de R$ 5.700,00 por dia. Com isso, os ficais municipais foram lá tirá-los, e quase que os feirantes não deram muita satisfação para os fiscais, sendo necessário chamar a Polícia Militar. O prefeito entrou em contato com o batalhão da polícia de Assis, que encaminhou diversas viaturas", comentou o chefe de gabinete.

A taxa municipal foi quitada. A partir daí, a Prefeitura Municipal não tinha mais meios para 'barrar' o funcionamento da feirinha.

"Como o representante pagou e cumpriu com os requerimentos das leis municipais, ele ficou apto para funcionamento. Para o nosso comércio é horrível, mas como ele cumpriu com todos os requerimentos, o prefeito não pode indeferir. Os comerciantes ficaram bravos com ele, mas não tinha mais o que ser feito", concluiu Manzoni.

 

 

Fotos: Manoel Moreno

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