MP investiga suposto esquema de pagamento de propina na prefeitura de Cândido Mota



Uma tentativa de extorsão levou o Ministério Público de Assis a investigar um suposto esquema de pagamento de propina na prefeitura de Cândido Mota. Na Câmara Municipal, outro indício de irregularidade: o superfaturamento na compra de máquinas de costura.

A desconfiança surgiu depois que o dono de uma loja de Assis, inscrita na prefeitura de Cândido Mota, não recebeu a carta convite para participar de licitação, no início do ano, para a compra de máquinas de costura para o fundo de solidariedade do município.

A suspeita chegou à Câmara onde foi aberta uma comissão especial de inquérito para apurar o caso. O relatório final foi concluído no início deste mês e apresentado aos demais vereadores.

De acordo com o relatório da comissão, aprovado pela Câmara, dez dessas máquinas de costura foram compradas com o valor superfaturado. Para os vereadores, a prefeitura teria pago por elas 45% acima do valor praticado no mercado.

"Percebemos um superfaturamento. A compra foi fechada por R$14 mil. O valor evidente nas nossas investigações, em diligências em lojas do mesmo ramo, atestaram que a compra valia no máximo R$9 mil. Então um superfaturamento de R$5 mil", afirma o vereador José Reynaldo Bastos, presidente da comissão.

No início do mês passado a prisão de um ex-funcionário da empresa vencedora da licitação revelou um suposto esquema de suborno e de pagamento de propina na prefeitura de Cândido Mota.

O ex-funcionário que está preso no Centro de Detenção Provisória de Assis, teria gravado uma conversa dele com o ex-patrão onde falavam sobre possíveis acertos para que a empresa vencesse a licitação.

Em seguida, ligou para o secretário de governo de Cândido Mota, Antonio Marcos Marrone e exigiu, segundo o Ministério Público, R$50 mil para não mostrar a gravação à comissão especial de inquérito.

O dinheiro foi entregue em frente a um banco, no centro de Assis. R$5 mil em dinheiro e R$45 mil, em cheque. O que estelionatário não sabia era que o Ministério Público a polícia estavam por perto.

O secretário de governo de Cândido Mota, nega que a administração municipal esteja envolvida em esquema de propina. O dono da loja vencedora da licitação também se defende da suspeita de superfaturamento e de envolvimento em esquema de pagamento de propina.

Ao ser perguntado se chegou a dar dinheiro à primeira dama, Roberto Gomes Ferreira responde: "em primeiro lugar, nem a primeira dama eu conheço, nem o prefeito eu conheço. E uma: vendo máquina pra prefeitura de Candido Mota há 20 anos, independente de quem é o prefeito e a primeira dama".

Amaro Miranda da Silva pode responder por extorsão. Quanto ao superfaturamento, o relatório final da comissão será encaminhado nas próximas horas para o Ministério Público e para o Tribunal de Contas do Estado.

Se ficar comprovado que houve falhas na licitação, o Ministério Público poderá abrir processo contra o prefeito por improbidade administrativa.



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