Marília tem 42 menores morando nas ruas, diz MP


 

Dado mais preocupante é que a maioria é usuário de drogas, diz promotor


Anilton: diminuição de usuários de drogas na estação ferroviária
Foto: Ricardo Prado

Levantamento entregue pela prefeitura à Vara da Infância e da Juventude aponta que a cidade tem atualmente 42 crianças e adolescentes moradores de rua.

O relatório foi apresentado pelo Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) após o Ministério Público Estadual solicitar oficialmente um mapeamento da situação de Marília.

Os números apontam que são dez crianças e 32 adolescentes com idade entre 12 e 17 anos que atualmente vivem nas ruas de Marília. A pesquisa aponta ainda que 66% são do sexo masculino e 33 %, meninas.

Muitos são da mesma família, 23 foram identificadas. De acordo com o promotor Jurandir Affonso Ferreira, onze destas famílias já respondem a algum procedimento judicial no Fórum.

“Esgotamos todos os recursos para que a família continue com a criança, mas quando elas não correspondem a lei determina a destituição do poder familiar e envio para adoção. Só com este tipo de ação temos oito crianças e outras 12 famílias em análise”, afirma.

O promotor explica que estas famílias recebem acompanhamento social por meio do Creas e Conselho Tutelar. “Eles têm atendimento psicológico e de assistente social além da possibilidade de participação em cursos profissionalizantes e programas para os jovens, mas muitos não se empenham e são coniventes com a situação”, diz.

De acordo com Ferreira muitas destas situações poderiam ser evitadas se não houvesse mendicância. “As pessoas não devem dar esmola e sim encaminhar para o conselho. Assim não colaboram para que os jovens comprem drogas o que leva à criminalidade”, disse.

MAIORES

Segundo levantamento, também existem 34 adultos entre homens e mulheres nas ruas da cidade. “Neste caso é mais complicado. Só interferimos caso haja necessidade de interdição por problemas de saúde mental”, fala Ferreira.

O relatório apresentado ao Ministério Público também mostra alguns dos locais públicos mais frequentados pelos jovens moradores de rua, principalmente para o consumo de drogas. Estão na relação ruas próximas a supermercados, feira noturna, praça São Miguel, antiga estação ferroviária, entre outros.

Segundo o promotor, a polícia já recebeu a lista e tem intensificado as rondas. Secretaria da Saúde disponibilizou enfermeira e ambulância para acompanhar as operações.

Na antiga estação ferroviária pessoas que passam pelo local afirmam que a presença de usuários diminuiu nos últimos dias. “Acredito que seja maior policiamento na região”, afirma o auxiliar de remessa, Anilton Alexandre, 38.

Délcio que tem comércio na vizinhança também diz que nos últimos dias a situação melhorou. “Depois que a base comunitária móvel da polícia militar passou a ficar mais tempo aqui a presença (de usuários de drogas) caiu bastante”, diz. (CB)

 

Fonte: Diário de Marília

 



i7 Notícias