Teodoro estima que 30% da sua produção de hortaliças foi perdida
A geada que atingiu Marília no começo da semana prejudicou plantações de hortifrutigranjeiros, hortaliças e até lavouras de café. De acordo com o gerente do Ceasa, Cícero Carlos da Silva, o prejuízo reduz a oferta e os preços para o consumidor final vão ficar mais caros.
Alguns exemplos, diz ele, são batata doce, abobrinha, alface, tomate e chuchu que devem sofrer um aumento de até 40% nos próximos dias. O maço do alface que esta semana fechou em média a R$ 1,20 deve chegar a R$ 2.
A dica para os consumidores é comprar apenas o necessário, pesquisar preços e substituir alguns produtos para forçar a redução.
“Toda essa produção já foi comprometida; a geada dessa semana prejudicou as mercadorias e além do preço subir, faltam produtos nos estabelecimentos e a qualidade é inferior”, fala Silva.
Exemplo do produtor Teodoro Aparecido Pereira, 27, que perdeu 30% da sua plantação de hortaliças na geada, causando um prejuízo de R$ 6 mil. “A perda poderia ter sido muito maior se a gente não tivesse acordado às 4h, visto que estava geando e ligado o sistema de irrigação”, disse.
O comerciante Jaime Ricardo da Silva também teve prejuízos com a geada da semana passada. Ele tem uma plantação de bananas e alface em sua propriedade para consumo próprio, e perdeu tudo. “Não dependo financeiramente das plantações, mas é uma pena”, lamenta.
Agrônomo fala como evitar perdas e prejuízo
Segundo o engenheiro agrônomo Silvio Harada, o prejuízo não seria tão grande se os produtores rurais tivessem previsto a geada. “Se soubessem, teriam se antecipado e irrigado as plantações durante a madrugada, o que amenizaria o estrago”.
A geada queima as folhas e o aspecto da hortaliça, que é o mais levado em conta na hora da comercialização, acaba prejudicado. Segundo Harada, os produtores devem replantar o que foi perdido e dentro de 30 ou 40 dias, se não houver mais geada, a produção volta ao normal.
“As baixas temperaturas reduzem a quantidade de pragas e fungos e as hortaliças nascem até mais bonitas. Mas economicamente, a geada traz muito prejuízo para o produtor rural”, explica.
Fonte: Diário de Marília