Variante que pode provocar reinfecção cresce na região

Essa variante passou a representar 71,43% dos novos casos da doença na regional composta por 62 municípios e mais de 1,2 milhão de habitantes.


O estudo mais recente do Instituto Adolfo Lutz, publicado na última sexta-feira (21), mostra que a variante P.1 do coronavírus se tornou prevalente no Departamento Regional de Saúde de Marília (DRS-9), no qual Paraguaçu Paulista está integrado.

Essa variante passou a representar 71,43% dos novos casos da doença na regional composta por 62 municípios e mais de 1,2 milhão de habitantes. Também foram verificadas as variantes P.2 (em 20% dos casos) e a B.1.1.28 (8,57%).

Apenas essas três variantes foram encontradas na região no último levantamento. De acordo com dados do Governo Federal, veiculados pela Agência Brasil, tanto a P.1 quanto a P.2 variam da B.1.1.28.

A P.1 foi descrita pela primeira vez em Manaus enquanto a P.2 foi identificada inicialmente no Rio de Janeiro – e era a variante prevalente na região de Marília em estudo divulgado no dia 4 de abril.

Já no final do mês passado, a P.1 havia se tornado prevalente em todo o Estado de São Paulo. A capacidade de proliferação desta variante tem preocupado as autoridades. Existe também a preocupação sobre a possibilidade de a P.1 estar provocando reinfecções.

REINFECÇÃO

Pesquisa realizada com 238 doadores de sangue em Manaus, no Amazonas, revela que até 31% dos casos de Covid-19 provocados pela variante P.1 do coronavírus podem ser reinfecções em pacientes que já tiveram a doença.

O número foi estimado em estudo do Centro Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), com participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).

Os autores do trabalho ressaltam que, como o trabalho revelou que casos de reinfecção pela P.1 são comuns, pessoas que já tiveram contaminação não devem deixar de se proteger.

A pesquisa é descrita em preprint (versão prévia de artigo científico), publicado no site medRxiv em 12 de maio. O objetivo do estudo foi determinar se a reinfecção pela variante P.1 do coronavírus é frequente, comparando a proporção de infecções e reinfecções.

“A ideia para procurarmos reinfecção vem de duas motivações. A primeira vem de outros trabalhos sugerindo que a P.1 induz a escape imune”, relata ao Jornal da USP o pesquisador Carlos Augusto Prete Junior, da Escola Politécnica (Poli) da USP, primeiro autor do artigo.

“A outra é que a reinfecção aliada a uma maior taxa de mortalidade da P.1 explica a segunda onda de Manaus, que levou a um alto número de mortos apesar da alta proporção de infectados pela variante anterior.”

De acordo com o pesquisador, é muito difícil detectar reinfecção porque a maior parte dos pacientes é assintomática, e mesmo os sintomáticos têm chance pequena de serem notificados. “Por isso, são raros os pacientes que tiveram duas infecções confirmadas e notificadas”, aponta.
 



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