Foram registrados 37 novos casos da doença no semestre
Balanço da Secretaria da Saúde divulgado nesta semana aponta que houve aumento de 62% no número de casos de Aids no primeiro semestre. Ao todo de janeiro a junho foram notificados 37 novos casos. No mesmo período do ano passado foram 23 soro positivos.
De acordo com a coordenadora do Programa DST/AIDS, Eliziane Oliveira, os números não significam o avanço da doença no município. Segundo ela, do total, 14 casos são decorrentes da reclassificação de pacientes que evoluíram de HIV para Aids.
“Está ocorrendo um levantamento sobre a evolução clínica de pacientes diagnosticados enquanto HIV positivo, sem sintomas da doença. Alguns deles evoluíram para Aids,com infecções oportunistas e foram reclassificados sendo notificados neste ano”, explica.
No total em 2010 foram notificados 61 casos, sendo 46 novos soro positivos. Os outros 15 passaram de portadores para doentes com sintomas da síndrome.
Desde 1984, quando foi descoberto o primeiro caso de AIDS em Marília já são 1.648 casos, sendo 1.141 homens e 507 mulheres. A faixa etária mais afetada é de 20 a 29 anos sendo responsável por 36,2% do doentes. Em seguida aparecem pessoas de 30 a 39 anos com 34,9%, seguido pela idade de 40 a 49 anos com 16,3%.
Idosos acima de 50 anos respondem por 6,5% dos casos e adolescentes de 15 a 19 anos são 3,6%. Pessoas com mais de 60 anos somam 2,2% e há casos confirmados na faixa etária de 4 a 10 anos.
A cidade mantém tratamento gratuito para pacientes infectados no SAE (Serviço de Assistência Especializada). Atualmente setor atende 393 portadores. A pessoa tem apoio psicológico, serviço social, além de atendimento de diversas especialidades médicas como infectologista, dermatologista, ginecologista/obstetra e pediatra, fornecimento de medicamentos e realização de exames.
“Além do psicológico o paciente tem apoio integral a saúde com atendimento de todas as áreas”, frisa a coordenadora. O ambulatório Mario Covas da Famema (Faculdade de Medicina de Marília) também oferece atendimento as pessoas com aids. (Cibele Martins)
227 recebem medicamentos
Último levantamento feito pelo programa de atendimento aos soropositivos mostra que 227 pacientes retiram antiretrovirais (coquetel) no SAE. “Outras 166 pessoas apesar de infectadas ainda não tem indicação médica para iniciar o tratamento com remédios, mas recebem acompanhamento”, informa Eliziane.
A artesã R.B.S, 38, que tem aids há 14 anos recebe atendimento no SAE. “É muito importante o trabalho desenvolvido no SAE, pois recebo todo auxilio necessário e ajuda a manter a auto-estima em alta”, diz.
R.B.S é viúva, seu marido também teve o vírus, tem três filhos e diz que mesmo com a doença leva uma vida normal. “Acredito que seja resultado de um bom tratamento. E o preconceito das pessoas diminuiu bastante nos últimos anos”. (CB)
Fonte: Diário de Marília