Traição motivou o crime em motel, segundo a Polícia Civil

Acusado confirma o motivo, mas insiste que atirou por "legítima defesa”; exames necroscópicos mostram que a vítima levou dois tiros pelas costas



O delegado Seccional de Marília, Wilson Frazão, em entrevista à imprensa, confirmou que o homicídio envolvendo o coronel foi um "crime passional"


O coronel da Polícia Militar aposentado suspeito de matar a tiros o funcionário de um motel em Marília, no último domingo (31), apresentou-se na tarde desta quarta-feira (3) na Central de Polícia Judiciária (CPJ) daquela cidade.

Segundo informações da Polícia Civil, o policial Dhaubian Braga Brauioto Barbosa, de 57 anos, que é dono do estabelecimento onde o ajudante Daniel Ricardo da Silva, de 37 anos, foi baleado, alegou legítima defesa. 

No entanto, na manhã desta quinta-feira (4), o delegado Seccional de Marília, Wilson Frazão, em entrevista à imprensa, confirmou que o homicídio envolvendo o coronel foi um "crime passional". 

O motivo seria um relacionamento amoroso entre a vítima e a esposa do acusado. "Ele confirmou que foi passional, mas alega que atirou por legítima defesa", informou o delegado.

Com a prisão temporária de 30 dias, o coronel passou a noite no Batalhão da Polícia Militar, em Marília, e deverá ser transferido para o Presídio Romão Gomes, destinado a militares que cometem algum tipo de delito criminal. 

Pelo que foi apurado até o momento pela Polícia Civil, a vítima, Daniel Ricardo da Silva, trabalhava como ajudante no motel pertencente ao coronel e também morava no local. Daniel já trabalhava na época em que ainda estava no regime semiaberto da penitenciária e, depois de obter a liberdade, foi contratado efetivamente pelo coronel.

Dhaubian descobriu o relacionamento de Daniel com sua esposa, de 44 anos e que é cabo da Polícia Militar, e resolveu tirar satisfação. O coronel alega que houve uma discussão e Daniel fez "menção de sacar uma arma" e, por isso, atirou.

Entretanto, exames necroscópicos mostram que a vítima levou dois tiros pelas costas e outro de raspão, após tentar correr, morrendo no local. 

Em depoimento à DIG, a esposa do coronel confirmou que mantinha um relacionamento amoroso com a vítima. Ela ainda teria dito que tem muito medo do marido.

Cena do crime
O delegado Seccional Wilson Frazão diz ter "fortes indícios" de que a cena do crime foi alterada. 

Imagens do circuito interno mostram que os tiros foram disparados por volta das 6h e a Polícia Militar só foi acionada às 8h. Além disso, o celular da vítima teria sido retirado do local e depois devolvido à polícia por um dos filhos do acusado.

O coronel também afirma que a arma usada no crime teria sido deixada no local antes de fugir. O revólver ainda não foi localizado. 

Com relação à busca feita pela Polícia Militar que revelou a existência do arsenal de armas na casa do coronel, o delegado seccional explica que os fatos ainda estão sendo apurados.

“Sobre estes armamentos, nós estamos apurando a licitude ou não. Ele é colecionador de armas, tem várias registradas junto à Polícia Militar, vamos ter que esmiuçar isso”, finaliza Frazão.

O prazo inicial para a conclusão do inquérito policial é de 30 dias, que podem ser prorrogados por mais 30, caso haja necessidade. A Central de Polícia Judiciária de Marília prossegue, portanto, com as investigações sobre o assassinato. 

 


Exames necroscópicos mostram que a Daniel levou dois tiros pelas costas e outro de raspão


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