MP oferece denúncia contra coronel acusado de homicídio

O coronel aposentado da PM, Dhaubian Braga Brauioto Barbosa foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado em motivo fútil sem possibilidade de defesa



Entre as alegações, está a de que o coronel Dhaubian Braga Brauioto Barbosa inseriu a arma de sua esposa no local do crime, buscando criar legítima defesa, tese contestada pelo MP; Dhaubian foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado em motivo fútil sem possibilidade de defesa

O Ministério Público entrou com um pedido na Justiça nesta terça-feira (30) que seja convertida em preventiva a prisão temporária do dono de um motel em Marília que é suspeito de matar um funcionário.

O crime aconteceu no dia 31 de outubro quando a vítima chegava para trabalhar. O dono do motel, o coronel aposentado da PM, Dhaubian Braga Brauioto Barbosa, está preso desde o dia 4 de novembro no Presídio Militar Romão Gomes.

Ele é suspeito de matar com três tiros o ajudante Daniel Ricardo da Silva, de 37 anos. Imagens do circuito de segurança do motel mostram o momento em que a vítima chega para trabalhar e também dois dos três disparos que mataram Daniel. A motivação do crime teria sido passional. 

Segundo o pedido do MP para conversão da prisão, o crime foi de extrema gravidade e demonstrou a periculosidade do autor, que premeditou e praticou o homicídio por vingança e com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima. O pedido ainda será analisado pela Justiça.

Daniel foi baleado com três tiros e, quando a polícia chegou ao local, o funcionário já estava sem vida. Uma das balas atingiu uma funcionária, que teve um hematoma na perna.

A Polícia Civil concluiu o inquérito no dia 25 de novembro e descartou a hipótese de legítima defesa, alegada pela defesa do réu. Neste caso, após constatar a morte de Daniel, Dhabian inseriu a arma de fogo da sua esposa no local do crime, buscando criar legítima defesa, tese contestada pelo MP. 

Segundo a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), a motivação para o homicídio foi passional, após o acusado descobrir um caso extraconjugal entre a vítima e a esposa.

O delegado titular da DIG de Marília Luís Marcelo Sampaio afirma que o pedido da legítima defesa foi negado porque a tese é restrita para ameaças ou agressões injustas.

"Pelo que apuramos, a vítima não teve condições de reagir e não foi de encontro ao autor. O coronel já estava aguardando o Daniel há um tempo no motel. Ele escolheu um local do motel em que a vítima não tinha possibilidade de mobilidade", explica.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) também recusou o pedido de habeas corpus e manteve a prisão. Inclusive, a 2ª Vara Criminal da Justiça de Marília já havia negado o pedido de liberdade feito pela defesa do dono do motel em 11 de novembro.

Dhaubian foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado em motivo fútil sem possibilidade de defesa. De acordo com a Polícia Civil, ainda são feitas diligências para encontrar a arma do 
Arsenal e motivação passional

O coronel aposentado da PM se apresentou na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Marília três dias depois do crime. A defesa do ex-PM reforçou que ele compareceu espontaneamente à delegacia e que está cooperando com as investigações.

Uma arma foi apreendida no dia do crime, ao lado do corpo. Segundo a Polícia Civil, a arma é da PM e de uso pessoal da esposa do suspeito, que também é policial militar. No entanto, diz a polícia, não há indícios de que essa arma foi ou estivesse sendo utilizada pela vítima.

Um dia antes de o coronel se entregar, a equipe da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), responsável pelas apurações do caso, encontrou um "arsenal" na casa do suspeito. Diversas armas foram apreendidas, entre elas um fuzil.

Uma semana depois, no dia 9 de novembro, policiais voltaram a achar muitas armas que seriam do coronel, desta vez em um outro motel pertencente ao acusado. Segundo o delegado da DIG, Luís Marcelo Sampaio, foram apreendidas pistolas e revólveres escondidos em uma laje.

Ainda segundo o delegado, algumas armas são raras e de uso restrito, inclusive do exército norte-americano. Todas as armas estavam sem documentação, mas segundo a polícia seriam do coronel aposentado da PM.

“O autor do disparo é o policial militar da reserva e a motivação foi passional. A vítima mantinha um relacionamento com a esposa do policial, o que ficou comprovado inclusive no depoimento dela, que também é policial militar. Agora a gente trabalha para colher as provas e identificar a arma usada no crime”, afirmou Frazão durante coletiva à imprensa.


Após constatar a morte de Daniel (foto), Dhabian inseriu a arma de fogo da sua esposa no local do crime, 
buscando criar legítima defesa, tese contestada pelo MP


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