Dono de avião que caiu por pane seca é suspeito de integrar tráfico internacional de drogas

O proprietário da aeronave, usada por uma organização criminosa, pode ser o mesmo dos 400 quilos de cocaína apreendidos em Tupã.



O proprietário da aeronave, usada por uma organização criminosa, pode ser o mesmo dos 400 quilos de cocaína apreendidos em Tupã

O proprietário de uma aeronave agrícola que caiu na área rural de Junqueirópolis, em abril de 2020, é suspeito de ser o dono da droga apreendida em janeiro último, em Tupã. De acordo com as investigações da Polícia Civil, o suspeito integra uma organização criminosa e foi indicado como o líder do transporte clandestino de drogas. 

A hipótese começou a ser investigada no dia 23 de janeiro deste ano, quando a Polícia Civil prendeu dois homens com mais de 400 quilos de cocaína, em Tupã. Um deles confessou que a droga apreendida pertencia ao mesmo indivíduo identificado como o proprietário da aeronave investigada, que teve sua queda registrada em Junqueirópolis, em abril de 2020. 

A operação da Polícia Civil apontou que a aeronave agrícola possuía um compartimento clandestino para o transporte de drogas. A suspeita é de que a aeronave era usada por uma organização criminosa para o transporte internacional de drogas. O acidente aéreo, conforme as investigações concluídas nesta semana, foi ocasionado por uma pane seca, que é a falta de combustível no avião. 

O delegado Eliandro Renato dos Santos que está à frente das investigações, informou que o provável é que a aeronave já havia concluído o transporte de droga antes da queda.

"Acreditamos que o transporte das drogas já havia sido concluído e que essa aeronave já havia sido usada para outras entregas. Ao que tudo indica, os entorpecentes eram buscados no Paraguai e levados a grandes centros, podendo chegar, por exemplo, aos Estados Unidos da América [EUA] e à Itália", acrescentou. 

"Há dois anos, essa aeronave havia sido avaliada em R$ 4,5 milhões. Já essa quantidade de droga apreendida no dia 23 de janeiro deste ano foi avaliada em mais de R$ 5 milhões. Esses dois homens que foram presos integram a mesma organização criminosa que o dono da aeronave e continuam detidos à disposição da Justiça", disse o delegado. 

As investigações ainda identificaram o proprietário da aeronave, bem como o local onde o avião havia sido adquirido, em Minas Gerais. 

O dono da aeronave segue foragido e, conforme a polícia, ele será indiciado pelos crimes de associação ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, cujas penas podem atingir 20 anos de reclusão, além de multa. 

"Ele ainda está foragido. Agora que concluímos as investigações a respeito da queda da aeronave, vamos pedir um mandado de prisão contra ele e começar as buscas", explicou Santos. 

O caso 
A Polícia Civil investigava o acidente envolvendo uma aeronave agrícola, no dia 5 de abril de 2020, na zona rural de Junqueirópolis. O piloto não foi encontrado.

Os bombeiros foram acionados no início da tarde e, quando chegaram ao local, a brigada de incêndio de uma usina canavieira próxima já havia controlado o fogo, que destruiu parcialmente o monomotor. 

A Polícia Militar fez buscas pelo canavial e também nas rodovias das proximidades, mas não não encontrou quem pilotava a aeronave. 

Uma testemunha chegou a ver o momento da queda do avião no canavial, mas disse à polícia que quando se aproximou do local não encontrou vítimas. 

Conforme o delegado Eliandro Renato dos Santos, foi instaurado inquérito e a Polícia Civil ouviu depoimentos de pessoas para tentar descobrir as causas do acidente aéreo, bem como quem pilotava a aeronave e por que abandonou o local. 

Agora, cerca de dois anos depoiss, a Polícia Civil, por intermédio, da Delegacia de Polícia de Junqueirópolis, em conjunto com policiais civis da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes - DISE, da cidade de Tupã, apuraram as circunstâncias da queda de um avião Air Tractor, em abril de 2020, na área rural de Junqueirópolis, que foi por pane seca.

Os policiais conseguiram também identificar o proprietário da aeronave, bem como o local onde havia sido adquirido, em Minas Gerais. O proprietário anterior foi ouvido e colaborou com as investigações.



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