Atividade física regular mantém o cérebro saudável e pode evitar demência

A inatividade física é uma causa primária de pelo menos 35 condições patológicas e clínicas distintas.


Entre os inúmeros benefícios comprovados da prática de atividade física, um deles está associado à saúde do cérebro. Um estudo do Centro de Pesquisas Inserm, divulgado na revista Neurology, da Academia Norte-Americana de Neurologia, mostra que manter os níveis adequados de insulina e de índice de massa corporal (IMC) por meio de exercícios físicos pode evitar ou postergar a demência.

O professor de Educação Física da Estácio Belo Horizonte, João Paulo Pereira Rosa, que é doutor em Ciências do Esporte, acrescenta que a inatividade física é uma causa primária de pelo menos 35 condições patológicas e clínicas distintas. "Perda das capacidades funcionais com o envelhecimento; síndrome metabólica; obesidade; resistência à insulina; pré-diabetes/diabetes tipo 2; doença hepática não alcoólica; doenças cardiovasculares; funções e doenças cognitivas; distúrbios ósseos e do tecido conjuntivo; alguns tipos de câncer; doenças reprodutivas e doenças do trato digestivo, pulmonar e renal são alguns exemplos. Portanto, a prática de exercícios físicos é eficaz na prevenção e tratamento de doenças crônicas degenerativas", ressalta.

Manter-se em movimento também contribui para a saúde mental e o bem-estar, como lembra o docente. "Considerando o corpo humano como um sistema biológico integrado e dinâmico, ao se tornar fisicamente ativo ocorrerá uma mudança positiva de humor após algumas semanas de atividade física regular. Isso resulta de alterações nos níveis circulantes de substâncias, como endorfina, serotonina e noradrenalina, além do aumento da autoeficácia decorrente da realização de tarefas ou do alcance de alguns objetivos iniciais de curto prazo. Além disso, haverá ganhos nos diversos componentes da aptidão física, como força, capacidade cardiorrespiratória, flexibilidade, equilíbrio, dentre outros", descreve João Paulo.

Para driblar a dificuldade que alguns indivíduos têm em fazer da atividade física um hábito, o especialista sugere buscar uma modalidade que se adeque ao estilo de vida e preferências individuais respeitando seus limites. "A ideia é maximizar experiências positivas durante e após a sessão de exercícios, considerando fatores relacionados a progressão/regressão dos movimentos prescritos, incremento moderado e progressivo da duração/intensidade do exercício físico. Uma "armadilha" na qual a maioria das pessoas podem cair é tentar realizar um esforço maior do que podem suportar, pois acreditam que isso irá acelerar os resultados. No entanto, essa estratégia quase sempre leva a uma baixa tolerância ao desconforto induzido pelo exercício, fazendo com que muitos sabotem seus esforços e desistam da prática do exercício físico muito antes de atingir seus objetivos", esclarece.

O doutor em Ciências do Esporte reitera que podem ser incorporadas atividades cardiovasculares e de força, conforme recomendação do Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). "O praticante deve fazer ao menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada ou 75 minutos de aeróbica vigorosa por semana e atividade de fortalecimento muscular duas vezes por semana. Dentro desta perspectiva, existem diversas modalidades, lembrando que é fundamental escolher aquela que seja agradável ao praticante", afirma.
 



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