Paraguaçuense vence concurso mundial de robótica na Tailândia

De Paraguaçu Paulista, Eduardo Miranda Pires está entre os alunos da FEI que conquistaram o 1º lugar na RoboCup 2022, a copa do mundo dos robôs, realizada este ano na Tailândia



De Paraguaçu Paulista, Eduardo Miranda Pires está entre os alunos da FEI que conquistaram 
o 1º lugar na RoboCup 2022, a copa do mundo dos robôs, realizada este ano na Tailândia

O paraguaçuense Eduardo Miranda Pires, aluno do quarto ano curso de Engenharia de Robôs, integra a equipe RoboFEI do  Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana "Padre Sabóia de Medeiros", de São Bernardo do Campo, e que voltou de Bangkok, capital da Tailândia, com a taça de campeã de um concurso mundial de robótica, a RoboCup Internacional 2022.

Na competição, os robôs da categoria At_Home são programados para realizarem tarefas relacionadas a serviços, com foco em atividades domésticas, como pegar e manipular diferentes objetos e mapear ambientes por meio de sensores, por exemplo. Tudo isso por meio de um sistema de navegação autônomo.

Eduardo conta que a competição RoboCup e é a copa do mundo dos robôs, acontece todo ano e cada edição é realizada em um país diferente. Esse ano, a RoboCup foi sediada em Bangkok, na Tailândia do dia 10 a 17 de julho, com a presença de 45 países e mais de três mil participantes.

Confira a seguir o relato do jovem universitário de Paraguaçu Paulista, Eduardo Miranda Pires, de 23 anos, desde o sufoco por a equipe ter perdido o primeiro dia da competição até a tão esperada classificação.

i7 Notícias - Como aconteceu este imprevisto que fez vocês perderem o primeiro dia da competição?
Eduardo Miranda Pires - Infelizmente houve um imprevisto e parte do meu time, inclusive eu, perdeu o voo na conexão em Istambul devido a overbooking da companhia aérea. Então, perdemos um dia de competição que seria para montar o robô.

I7 Notícias - Mesmo assim, deu tudo certo, já que conquistaram o primeiro lugar?
Eduardo Miranda Pires - Sim, e essa foi a primeira vez que uma equipe brasileira conseguiu algum troféu nessa categoria, e nós conseguimos logo o troféu de campeões.

I7 Notícias - Sobre o que é o projeto de robótica que vocês apresentaram no RoboCup, em Bangkok?
Eduardo Miranda Pires - A categoria que eu participo é a “@Home”, de robôs domésticos autônomos, em que  o robô tem que ser capaz de fazer tarefas do dia a dia para auxiliar pessoas idosas e deficientes (ou preguiçosas também). Você pode chamar o robô e falar para ele o que quiser que o robô faça. Por exemplo, pode pedir para tirar o lixo, ou para buscar uma água e assim vai.

A RoboCup funciona em três fases, que são divididas por dificuldade: a primeira fase são tarefas 
simples como tirar o lixo que não demanda muito do robô. A segunda fase já fica mais difícil, com tarefas que envolvem muitas coisas do robô como, por exemplo, servir uma pessoa, pois o robô precisa reconhecer pessoas, objetos e conseguir manipular eles. Já a terceira fase é a final, em que somente os dois times que mais pontuaram nas fases anteriores participam.

Na final, é dado um tema e a gente tem que desenvolver uma tarefa na hora. O tema desse ano foi pequenos acidentes domésticos e a tarefa feita pelo nosso robô foi socorrer uma pessoa que caiu e dar os primeiros socorros. Então, o robô reconheceu que a pessoa caiu e foi até a ela para ver se estava tudo bem. Quando o robô percebeu que aconteceu um acidente, ele mandou informações diretas para um hospital (com dados tipo endereço, nome, idade, altura, peso e possíveis alergias), e um médico indicou qual remédio o robô poderia dar para a pessoa enquanto o socorro não chegava. O robô busca o remédio, dá para a pessoa e, em seguida, vai esperar o médico na porta da casa. Como estávamos na Tailândia, o robô falou em tailandês com o médico e em inglês com a pessoa acidentada para que assim haja uma compreensão melhor entre o médico e o paciente. 

O nosso robô que ganhou o campeonato é a HERA (Home Environment Assistant Robot), ela é totalmente desenvolvida por alunos e professores da Fei e está sendo desenvolvida desde 2015 e já vem ganhando títulos desde então. Já foi campeão cinco vezes na Larc - campeonato latino americano. A Hera tem 1,55 metros de altura e aproximadamente 65 quilos, e vai desmontada em cinco malas para a competição.

I7 Notícias - Desde quando você está envolvido nesse projeto e qual sua função?
Eduardo Miranda Pires - Eu participo do projeto já faz três anos e meio e meu cargo atual é chefe da mecânica do robô, em que sou responsável por toda parte física do robô e toda sua estrutura. 

i7 Notícias - Como foi a experiência de vencerem o RoboCup 2022? 

Eduardo Miranda Pires - A competição em si foi muito surpreendente para nós, primeiro porque já chegamos atrasados por causa do voo que deu overbook. Tivemos que montar todo o robô já para rodar as tarefas sem nem testar. O meu trabalho, como chefe da mecânica, era fazer toda a montagem do robô e em duas horas eu montei todo o robô e já fomos logo em seguida competir. 

Fomos na esperança de conseguir chegar na segunda fase, mas nem imaginávamos que chegaríamos na final. Cada tarefa que se executávamos era mais uma noite sem dormir para trabalhar na próxima tarefa. Após noites e noites sem dormir, conseguimos trazer para casa o caneco da vitória.

É o evento mais importante da área pois concentra as melhores equipes do mundo todo, e poder estar lá competindo com essas equipes mostra que o Brasil está sim entre os grandes países desenvolvedores de tecnologia. Trazer o troféu de primeiro lugar para casa da um orgulho imenso porque é a confirmação do sucesso de tantos anos de trabalho.

Sobre a competição

Na competição, os robôs da categoria At_Home são programados para realizarem tarefas relacionadas a serviços, com foco em atividades domésticas, como pegar e manipular diferentes objetos e mapear ambientes por meio de sensores, por exemplo. Tudo isso por meio de um sistema de navegação autônomo. 

O professor Plínio Aquino Júnior, chefe do Departamento de Ciência da Computação da FEI e coordenador do projeto RoboFEI na categoria At_home, explica como a HERA (Home Environment Assistant Robot) funciona. 

“O robô possui uma garra anatômica para pegar diversos objetos diferente e câmera acoplada para identificar corretamente e determinar o ponto exato de manipulação dos objetos. Microfones direcionais permitem que a Hera identifique quem e onde estão chamando por ela”, esclarece o professor.





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