Pornô aos 12; primeira transa aos 18: estudo mostra hábitos sexuais no país

Os dados desmistificam um pouco a ideia do brasileiro hipersexualizado, já que a maioria (56%) está satisfeita com o relacionamento e 44% estão satisfeitos sexualmente com o parceiro.



Os dados desmistificam um pouco a ideia do brasileiro hipersexualizado, já que a maioria (56%) está satisfeita 
com o relacionamento e 44% estão satisfeitos sexualmente com o parceiro

Um estudo conduzido no Brasil pelo IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) confirmou que as pessoas em nosso país começam a consumir pornografia ainda na adolescência —mais precisamente, aos 12 anos— e fazem sexo pela primeira vez aos 18 anos.

A pesquisa, que teve a participação de 3.650 brasileiros com idade média de 45 anos e foi obtida com exclusividade por VivaBem, faz parte do "International Sex Survey", trabalho científico envolvendo 45 países, que teve seu questionário online respondido por 82 mil pessoas ao redor do planeta.

Veja outros destaques do comportamento sexual do brasileiro (sempre em média):

  • As pessoas tiveram 10 parceiros ao longo da vida;
  • Em um relacionamento sério, transaram de 2 a 3 vezes no mês a 2 a 3 vezes por semana no último ano;
  • Viram pornografia de 2 a 3 vezes por semana nos últimos 12 meses;
  • Masturbaram-se de 2 a 3 vezes no mês a 2 a 3 vezes por semana no último ano;
  • 44% estão satisfeitos sexualmente com o parceiro ou a parceira;
  • 99,2% se masturbaram ao menos uma vez na vida;
  • 81% já fizeram sexo com um parceiro ou parceira casual (alguém com quem não tinham um relacionamento).

Os dados desmistificam um pouco a ideia do brasileiro hipersexualizado, já que a maioria (56%) está satisfeita com o relacionamento e 44% estão satisfeitos sexualmente com o parceiro. Também refletem algo que é tendência em relacionamentos: a frequência sexual é maior no início e vai aos poucos caindo.

Marco Scanavino, psiquiatra e professor do IPq, responsável pela pesquisa no Brasil
Scanavino frisa que a amostra do estudo, embora representativa em termos de gênero e orientação sexual, não pode ter suas respostas generalizadas para toda a sociedade brasileira. Ou seja, os dados são um recorte que oferece alguns insights importantes sobre comportamentos sexuais de muitos brasileiros, mas não todos eles.

Pornografia na adolescência gera preocupação
O fácil e rápido acesso a esse tipo de conteúdo é um estímulo com grande potencial para o jovem desenvolver uma compulsão por sexo, caso tenha predisposição para esse tipo de comportamento.

Não à toa, a ciência hoje já analisa com mais atenção o vício em pornografia e quais danos ele pode causar à sexualidade humana —especialmente entre adolescentes, que ainda estão em formação física e emocional.
Como o contato com a pornografia ocorre em uma fase da vida que antecede as primeiras experiências sexuais, as pessoas podem ter dificuldade em engajar com seus parceiros na 'vida real'Marco Scanavino, psiquiatra

É muito importante os jovens terem em mente que fora das telas a duração da transa, o desempenho do parceiro ou parceira, a intensidade dos orgasmos e as posições sexuais são bem diferentes das performances e cenas acrobáticas vistas no pornô. Esperar que toda transa seja igual à da pornografia pode gerar frustração e insegurança.

Sexualidade fluida
A pesquisa também analisou a orientação sexual dos brasileiros:

  • 66% se identificaram como heterossexuais;
  • 13% como gays ou lésbicas;
  • 8,6% disseram ser bissexuais;
  • No entanto, 34% dos respondentes declararam não se identificarem como "estritamente heterossexuais".

É um reflexo da modernidade, de como a sexualidade hoje já é vista como algo mais fluido, especialmente nas sociedades ocidentais, e como há maior liberdade para assumir diferentes comportamentos, identidades e orientação sexual



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